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Universidade de Buenos Aires
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Resumo
Um grupo de pesquisadores da Universidade de Buenos Aires, na Argentina, está desenvolvendo três linhas de pesquisa contra a resistência aos antibióticos: um kit diagnóstico rápido para identificar bactérias multirresistentes, uma vacina com tecnologia de mRNA e também um kit de detecção rápida para analisar amostras ambientais.
O kit diagnóstico funciona com urina ou swab retal, entre outras amostras clínicas, e em apenas uma hora, os profissionais de saúdepodemt er acesso ao resultado, quando outros métodos tradicionais podem levar de 24 a 48 horas.
A vacina em desenvolvimento pretende combater cepas de Klebsiella pneumoniae, enquanto kits de detecção rápida para analisar amostras ambientais – como águas residuais, rios contaminados e produtos industriais – podem ajudar no monitoramento da resistência a antibióticos no meio ambiente.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Buenos Aires (UBA), na Argentina, vem trabalhando há vários anos em diferentes estratégias para combater a resistência a antibióticos.
O uso indevido de antibióticos está levando ao surgimento de bactérias cada vez mais resistentes – as chamadas superbactérias -, para as quais ainda não há tratamento possível.
Recentemente, os pesquisadores da Universidade de Buenos Aires desenvolveram um kit de diagnóstico rápido para detectar precocemente bactérias ultrarresistentes.
“A resistência aos antibióticos é a capacidade das bactérias de sobreviverem na presença de um antibiótico. Isso permite que elas continuem causando infecção e até mesmo matem o hospedeiro”, explicou a Dra. Daniela Centrón, professora e pesquisadora da Faculdade de Medicina da UBA.
“Este problema é considerado uma pandemia silenciosa, associada a uma morbidade e mortalidade extremamente altas, afetando a saúde humana, animal e ambiental”, acrescentou a pesquisadora. “Atualmente, a OMS a considera a maior ameaça do século XXI, sendo os países em desenvolvimento os mais afetados globalmente”, continuou a professora.
“Hoje, existem cepas bacterianas resistentes a todos os antibióticos disponíveis comercialmente. É o que chamamos de bactérias com resistência pandêmica. Essas são as chamadas ‘superbactérias’, que têm a capacidade de ter de 70 a 80 genes de resistência a antibióticos”, destacou a Dra. Daniela Centrón.
No Laboratório de Pesquisa em Mecanismos de Resistência a Antibióticos da Universidade de Buenos Aires, os pesquisadores trabalham atualmente em três linhas de pesquisa: o desenvolvimento de um kit de detecção, uma vacina para prevenção e na redução da resistência a antibióticos no ambiente por meio da coleta e monitoramento de amostras.
“O kit de diagnóstico rápido de carbapenemase já foi validado em hospitais da Cidade Autônoma de Buenos Aires e temos interesse em que várias empresas o comercializem”, explicou a pesquisadora.
O kit desenvolvido pela equipe da UBA funciona com urina ou swab retal, entre outras amostras clínicas, e em apenas uma hora, os profissionais de saúde têm o resultado, em comparação com outros métodos tradicionais, que podem levar de 24 a 48 horas.
A melhor maneira de determinar a resistência de uma cepa aos antibióticos é sempre por meio do antibiograma e do sequenciamento genômico. Mas, nesse caso, estamos falando de um mínimo de 48 horas para o primeiro e de uma semana para o sequenciamento genômico e a análise após a coleta da amostra. Este kit permite uma orientação rápida aos profissionais de saúde. Além disso, o kit tem baixo custo, podendo ser usado por hospitais com recursos limitados, o que significa que não há diferenças injustas e evitáveis no acesso à saúde entre diferentes grupos populacionais
Vacina
Os pesquisadores também estão trabalhando no desenvolvimento de uma nova vacina para combater cepas de Klebsiella pneumoniae.
“Para enfrentar esse desafio, utilizamos diversas ferramentas de Inteligência Artificial que nos permitiram identificar novos antígenos nessa espécie, e estamos colaborando com a empresa de biotecnologia Sinergium Biotech para seu desenvolvimento. Utilizaremos a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), a mesma utilizada em algumas vacinas contra a COVID-19, para sua produção e formulação”, explicou a pesquisadora.
Monitoramento ambiental
O problema da resistência bacteriana surge não apenas do uso excessivo de antibióticos entre as pessoas, mas também do seu uso indiscriminado em animais, que posteriormente são transformados em alimentos. Isso leva à contaminação dos ecossistemas, da água e dos alimentos pelos antibióticos, e, dessa forma, tanto as bactérias resistentes a antibióticos quanto as resistentes a antibióticos chegam às pessoas.
Por esse motivo, os pesquisadores da Universidade de Buenos Aires estão aplicando a tecnologia de kits de detecção rápida para analisar amostras ambientais, como águas residuais, rios contaminados e produtos industriais. Isso permitirá que ela seja usada para estabelecer um programa de monitoramento da resistência a antibióticos no meio ambiente.
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