
Fonte
Gabriela de Flores Neto, Assessoria de Comunicação da Universidade Franciscana
Publicação Original
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Resumo
Com foco na influência de alimentos funcionais sobre o controle glicêmico em pessoas com diabetes, uma pesquisa de mestrado avaliou a influência da linhaça – integral ou moída – sobre a evolução glicêmica de 2 horas após consumo de pão francês com o ingrediente, em comparação com o consumo do pão normal, sem linhaça.
Apesar da baixa amostragem, os resultados mostraram que o consumo do pão com linhaça, principalmente na forma integral, proporcionou uma evolução glicêmica menos intensa em relação ao consumo do pão normal, com redução de até 26%.
Além do tratamento medicamentoso, a ciência mostra que mudanças no estilo de vida também são importantes no controle da glicemia em pessoas com diabetes, incluindo a prática de exercícios físicos e uma alimentação saudável.
No que diz respeito às mudanças alimentares, os alimentos funcionais têm ganhado destaque em pesquisas nos últimos anos. Um dos alimentos funcionais que têm despertado interesse da comunidade científica é a linhaça, rica em fibras solúveis e insolúveis e com potencial para melhorar a resistência à insulina e influenciar o controle da glicemia.
Em seu mestrado em Ciências da Saúde e da Vida da Universidade Franciscana (UFN), Laureana de Quevedo Barcelos analisou os efeitos do consumo da linhaça sobre a resposta glicêmica em pessoas com diabetes tipo 2.
Com a orientação da Dra. Elisângela Colpo, professora de Nutrição da UFN, Laureana Barcelos buscou respostas para a questão: o consumo de sementes de linhaça integral ou moída poderia afetar a resposta glicêmica em pessoas diabéticas?
Escolhemos a linhaça como foco da pesquisa devido ao seu grande potencial funcional, sendo a maior fonte de ômega 3 de origem vegetal e rica em fibras solúveis e insolúveis, características frequentemente destacadas em consultas de nutrição. Para testar seu impacto no controle glicêmico, precisávamos de uma fonte de carboidrato que promovesse um aumento na glicemia. Optamos pelo pão francês, por ser um alimento amplamente consumido, especialmente no Brasil, e muitas vezes visto como ‘vilão’ nas dietas
O estudo foi conduzido com 16 participantes diagnosticados com diabetes tipo 2, submetidos a um protocolo rigoroso que incluiu o consumo, em três ocasiões distintas, de diferentes formulações de pão: pão controle (sem linhaça), pão com linhaça integral e pão com linhaça moída.
Durante cada sessão, os participantes tiveram seus níveis de glicemia capilar medidos em jejum e em diferentes intervalos após o consumo do pão (15, 30, 60, 90 e 120 minutos). Além disso, amostras de sangue foram coletadas para a análise de glicemia sérica e níveis de insulina, com foco especial na área sob a curva glicêmica de duas horas. Os dados foram complementados com informações sociodemográficas, clínicas e dietéticas, obtidas por meio de questionários e recordatórios alimentares de 24 horas.
Os resultados da pesquisa revelaram diferenças importantes no impacto glicêmico das diferentes formulações de pão: o pão com linhaça integral reduziu a glicemia capilar em 26% em comparação ao pão controle, enquanto o pão com linhaça moída apresentou uma redução de 15%.
Apesar de não haver diferenças estatisticamente significativas entre os grupos, os dados indicam um potencial promissor para o uso da linhaça no controle glicêmico. Além disso, Laureana observou uma tendência de maior eficácia da linhaça integral, o que pode estar relacionado à maior retenção de fibras e compostos bioativos na forma integral.
Como continuidade da pesquisa, Laureana está atualmente envolvida no Programa de Pós-graduação em Nanociências na Universidade Franciscana, agora em nível de doutorado, com foco em compostos bioativos da linhaça em estruturas nanométricas.
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