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Thais Szegö, Agência FAPESP
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Resumo
Após a extração do óleo das sementes de girassol, pesquisadores brasileiros e alemães testaram formulações do que seriam ‘misturas alternativas à carne’, com a farinha proveniente dos grãos torrados e também com proteína texturizada.
A versão com proteína texturizada teve uma consistência superior e apresentou altos teores de proteínas e gorduras benéficas à saúde.
Apesar dos desenvolvimentos ainda necessários, o produto tem uma composição muito favorável de aminoácidos essenciais, o que agrega valor para sua incorporação no ramo alimentício como substituto de produtos cárneos do ponto de vista nutricional.
Foco do Estudo
Por que é importante?
A farinha da semente de girassol é uma fonte promissora de proteínas, o que é muito relevante diante da crescente demanda dos consumidores por opções sustentáveis e de origem vegetal (plant-based).
Estudo
Em uma estudo colaborativo, pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) e do Instituto Fraunhofer IVV, na Alemanha, desenvolveram um alimento à base de farinha de girassol que pode ser utilizado como substituto da carne.
O ingrediente é obtido após a extração do óleo das sementes da planta. Para o consumo humano, antes do início do processamento foi necessário retirar dos grãos as cascas e os compostos fenólicos, substâncias que conferem uma coloração escura à farinha e reduzem sua digestibilidade.
Então, os pesquisadores elaboraram duas formulações das chamadas ‘misturas alternativas à carne’: na primeira foi incorporada a farinha proveniente dos grãos torrados e, na segunda, foi utilizada proteína texturizada de girassol. Ambas foram enriquecidas com tomate em pó, especiarias e uma mistura de fontes de gordura composta por óleos de girassol, oliva e linhaça.
As massas foram moldadas em formato de mini-hambúrguer e assadas. Em seguida, passaram por avaliações sensoriais e físico-químicas.
De acordo com pesquisadores, a decisão de estudar o farelo do girassol surgiu do fato de o óleo da planta ser muito utilizado na Europa e o cultivo do vegetal estar em expansão no Brasil. Outro ponto que conta a favor do ingrediente é que ele não é geneticamente modificado.
No aspecto funcional tecnológico, [ainda] há necessidade de aplicar processos que construam proteínas fibrosas, como a extrusão, para entregar um produto de aspecto e textura mais similares aos da carne
Resultados
Os resultados das análises mostraram que a versão com proteína texturizada teve uma consistência superior e apresentou altos teores de proteínas e gorduras benéficas à saúde – os ácidos graxos monoinsaturados, por exemplo.
Além disso, a opção preparada com proteína texturizada demonstrou um teor mineral significativo: em relação à ingestão diária recomendada, o preparo apresentou 49% de ferro, 68% de zinco, 95% de magnésio e 89% de manganês.
“Também é necessário destacar que, após a retirada das cascas e dos compostos fenólicos, a farinha apresenta sabor e aroma muito neutros, principalmente em comparação às diversas proteínas vegetais presentes no mercado”, disse a Dra. Maria Teresa Bertoldo Pacheco, pesquisadora do Centro de Ciência e Qualidade de Alimentos do ITAL (CCQA-ITAL) e professora convidada da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (FEA-Unicamp).
A pesquisadora destacou ainda que o produto tem uma composição muito favorável de aminoácidos essenciais, o que é mais um fator para ampliar sua incorporação no ramo alimentício como substituto de produtos cárneos do ponto de vista nutricional.
Os resultados foram publicados na revista científica Food Research International.
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Autores/Pesquisadores Citados
Publicação
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a revista científica Food Research International (em inglês).
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