
Baylor College of Medicine via National Cancer Institute/NIH Visuals Online
Micrografia eletrônica de varredura pseudocolorida de uma célula cancerígena escamosa oral (branca) sendo atacada por duas células T citotóxicas (vermelhas), como parte da resposta imune natural
Fonte
Zach Winn, MIT News
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Resumo
Pesquisadores do MIT fundaram uma startup nos EUA com uma nova proposta: desenvolver tecnologia de biologia sintética que possa ajudar as terapias celulares a atacarem apenas células cancerosas e pouparem células saudáveis, através da aplicação do conceito de ‘portas lógicas’.
A ideia é que células vivas se comportem como se fossem computadores, respondendo a sinais biológicos específicos com uma lógica ‘se/então’.
Os primeiros estudos clínicos apresentaram resultados promissores em pacientes com leucemia mieloide aguda: dois dos três primeiros pacientes tratados com a nova tecnologia apresentaram remissão completa.
Um dos avanços mais promissores no tratamento do câncer são as novas terapias celulares: elas treinam o sistema imunológico do paciente para reconhecer e atacar proteínas específicas na superfície das células cancerosas.
Porém, a maioria das proteínas encontradas nas células cancerosas também estão presentes em células saudáveis. Portanto, o combate às células cancerosas pode desencadear ataques a tecidos saudáveis. Isso tem limitado a aplicação das terapias celulares a apenas alguns tipos de câncer.
Para melhorar os resultados para o paciente em vários tipos de câncer, uma startup nos EUA está desenvolvendo terapias celulares mais inteligentes usando biologia sintética.
A Senti Bio – fundada pelo Dr. Timothy Lu e pelo Dr. James Collins, ex-pesquisador e professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), respectivamente – está equipando células com circuitos genéticos que permitem que elas sintam e respondam ao ambiente ao seu redor.
A abordagem da startup é baseada na programação de células vivas para se comportarem como se fossem computadores — respondendo a sinais biológicos específicos com uma lógica ‘se/então’.
Nossa tecnologia de controle lógico foi projetada para reconhecer e evitar a morte de células saudáveis, o que introduz todo um espectro adicional de cânceres que não possuem um único alvo claro e que agora podemos potencialmente abordar. Esse é o poder de incorporar lógica nessas células
O principal candidato a medicamento da empresa visa ajudar pacientes com leucemia mieloide aguda (LMA) com recidiva ou que não respondem a outras terapias. O prognóstico para esses pacientes é ruim, mas os dados iniciais do primeiro estudo clínico da empresa mostraram que dois dos três primeiros pacientes tratados pela Senti apresentaram remissão completa, enquanto os exames subsequentes de medula óssea não conseguiram detectar uma única célula cancerígena.
“É essencialmente uma das melhores respostas que se pode obter nesta doença, então ficamos muito animados com esse resultado”, disse o Dr. Timothy Lu.
“Nosso trabalho inovador na Senti está mostrando que é possível utilizar tecnologias de biologia sintética para criar medicamentos inteligentes e programáveis para o tratamento de pacientes com câncer”, disse o Dr. James Collins, que é professor de Engenharia Médica e Ciência e também de Engenharia Biológica do MIT. “Isso é extremamente empolgante e demonstra como é possível utilizar circuitos biológicos sintéticos, neste caso portas lógicas, para projetar terapias vivas de última geração altamente eficazes.”
O principal estudo clínico da Senti Bio tem foco em pacientes com cânceres sanguíneos recidivados ou refratários, incluindo LMA.
“Acreditamos que, se conseguirmos comprovar [essa tecnologia] na LMA, isso nos levará a uma forma fundamentalmente nova de diagnosticar e tratar o câncer, na qual seremos capazes de identificar e atingir definitivamente as células cancerígenas e preservar as células saudáveis. Esperamos que isso se torne uma classe totalmente nova de medicamentos no futuro”, concluiu o Dr. Timothy Lu.
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Aces se a notícia original completa na página do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (em inglês).