
Fonte
Catarina Ribeiro e Centro de Neurociências e Biologia Celular, Universidade de Coimbra
Publicação Original
Áreas
Compartilhar
Resumo
Um estudo internacional identificou novas formas de reprogramação celular e conversão em células dendríticas que podem auxiliar em novos tratamentos contra diferentes tipos de câncer, em uma base de medicina personalizada, ou seja, considerando imunoterapias para cada paciente.
Os pesquisadores conseguiram identificar duas novas combinações que permitem regular a identidade das células, podendo gerar de forma mais eficaz dois subtipos de células dendríticas ainda pouco explorados em imunoterapia: o tipo 2 e os plasmocitoides.
O estudo também pode contribuir para a reprogramação celular direcionada a outras doenças, como diabetes ou artrite reumatoide.
Foco do Estudo
Estudo
Uma equipe internacional de pesquisa, liderada por pesquisadores da Universidade de Coimbra, em Portugal, e da Universidade Lund, na Suécia, identificou novas ‘receitas’ para reprogramar modelos celulares e convertê-los em diferentes subtipos de células dendríticas – células do sistema imunitário que, por identificarem e capturarem ameaças, têm um papel determinante na resposta a doenças.
Na busca por novas informações para reprogramar células da pele e células cancerígenas em subtipos de células dendríticas, os pesquisadores conseguiram identificar duas novas combinações de três fatores, que permitem regular a identidade das células.
“Estas combinações funcionam como ‘receitas’ para converter uma célula noutro tipo celular; e, em concreto, a partir dos novos dados para reprogramação celular que revelamos neste estudo, é possível gerar de forma mais eficaz dois subtipos de células dendríticas ainda pouco explorados em imunoterapia: tipo 2 e plasmocitoides”, revelou o Dr. Carlos-Filipe Pereira, pesquisador do Centro de Neurociências e Biologia Celular e do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia da Universidade de Coimbra e autor sênior do estudo.
“[Na imunoterapia] as células dendríticas são essenciais para orientar e desencadear respostas eficazes, embora a utilização dos seus diferentes subtipos em imunoterapia seja ainda reduzida”, destacou o Dr. Carlos-Filipe. Embora a imunoterapia seja vista como uma das áreas mais promissoras da medicina, no caso da oncologia “uma parte significativa dos tipos de câncer e dos pacientes não responde a este tratamento”, acrescentou.
Também participaram do estudo pesquisadores da Universidade de Calgary, no Canadá; Universidade Técnica da Dinamarca; Asgard Therapeutics, na Suécia, e do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, nos EUA.
Como diferentes tumores respondem de forma distinta a tratamentos, identificar as ‘receitas’ que originam cada subtipo de células dendríticas abre caminho a tratamentos personalizados de imunoterapia, adaptados a cada paciente e ao tipo de câncer que enfrenta. Este conhecimento pode aproximar-nos de imunoterapias mais eficazes, contribuindo para reduzir a probabilidade de falha terapêutica e acelerar o desenvolvimento de novas estratégias contra o câncer
Resultados
No estudo, cujos resultados foram publicados na revista científica Immunity, os pesquisadores conseguiram demonstrar que “diferentes subtipos de células dendríticas exercem efeitos benéficos distintos em modelos animais de melanoma e câncer de mama”, destacou o Dr. Carlos-Filipe Pereira. “Assim, este estudo não fornece uma solução única, mas abre a possibilidade de adaptar a estratégia terapêutica ao subtipo tumoral, aproximando-nos de imunoterapias mais personalizadas e eficazes”, continuou.
Além do tratamento do câncer, o estudo pode contribuir para a reprogramação celular direcionada a outras doenças, como revelou o líder da pesquisa: “este trabalho não só aprofunda a compreensão do papel das células dendríticas no câncer, estabelecendo novos caminhos para a imuno-oncologia, como também abre portas ao desenvolvimento de terapias personalizadas em várias doenças – como o diabetes ou a artrite reumatoide”.
Em suas publicações, o Portal SciAdvances tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal SciAdvances tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.
Autores/Pesquisadores Citados
Publicação
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a revista científica Immunity (em inglês).
Mais Informações
Acesse a notícia original completa na página da Universidade de Coimbra.
Notícias relacionadas
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Universidade da Califórnia em San Francisco