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Resumo
Uma pesquisa conduzida por pesquisadores(as) da Universidade Federal de Goiás (UFG), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) mostrou que o medo da violência urbana surge como um dos principais fatores que afastam os(as) brasileiros(as) da prática regular de exercícios físicos.
O estudo, publicado na revista científica Journal of Physical Activity and Health, chama a atenção para o impacto direto da insegurança na saúde da população, especialmente em áreas urbanas periféricas e com menor infraestrutura.
De acordo com os pesquisadores, a violência urbana – marcada por altos índices de criminalidade, assaltos e sensação constante de ameaça – se tornou uma barreira concreta para a prática de atividades ao ar livre, como caminhadas, corridas e uso de equipamentos públicos.
A questão afeta especialmente mulheres, idosos e pessoas de baixa renda, que vivem em bairros com pouca iluminação, calçadas precárias e quase nenhuma presença de policiamento ostensivo.
“O ambiente em que as pessoas vivem molda suas escolhas e comportamentos. Quando não há sensação de segurança, dificilmente haverá estímulo para sair de casa para praticar exercícios”, explicou a Dra. Marília dos Santos Andrade, professora do Departamento de Fisiologia da Escola Paulista de Medicina da Unifesp (EPM/Unifesp) – Campus São Paulo, e uma das autoras do estudo.
Dados do IBGE (Pesquisa Nacional de Saúde 2019) mostram que o sedentarismo é ainda mais presente entre mulheres (63,3%) e entre a população com menos escolaridade e renda. A relação entre violência e inatividade física, no entanto, ainda é pouco explorada por políticas públicas no Brasil.
Os pesquisadores destacaram que a segurança pública raramente é considerada como fator relacionado à promoção da saúde, embora existam evidências crescentes dessa conexão.
O estudo revisa uma série de pesquisas nacionais e internacionais que apontam a correlação entre a percepção de insegurança e a menor prática de exercícios físicos. Em bairros considerados violentos, os níveis de atividade física costumam ser até 40% mais baixos, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Diante desse cenário, os autores defendem que a violência urbana seja reconhecida como um determinante social da saúde, conceito usado pela OMS para designar os fatores estruturais que influenciam a saúde das populações.
Isso significa que políticas públicas voltadas à atividade física e à qualidade de vida devem considerar também o combate à violência e à desigualdade territorial como estratégias de promoção da saúde.
A pesquisa reforça que a solução para o sedentarismo não pode ser apenas individual. Investimentos em segurança, iluminação pública, mobilidade urbana, equipamentos esportivos comunitários e presença do poder público em regiões vulneráveis são fundamentais para que o exercício físico se torne uma opção real e acessível.
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Autores/Pesquisadores Citados
Publicação
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a revista científica Journal of Physical Activity and Health (em inglês).
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Acesse a notícia original completa na página da Universidade Federal de São Paulo.
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