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Universidade de Queensland Austrália
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Resumo
Após estudos pré-clínicos, pesquisadores devem iniciar estudo clínico em humanos para demonstrar a segurança e eficácia de novo medicamento para prevenir danos cardíacos em situações de oxigenação cardíaca limitada, como em ataques cardíacos ou no caso de coração doado para transplante.
Um projeto liderado por pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, busca desenvolver o primeiro medicamento para tratar ataque cardíaco e proteger corações de doadores até o transplante.
Na próxima fase de desenvolvimento, os pesquisadores devem conduzir ensaios clínicos em humanos, após receberem $ 17,8 milhões (cerca de R$ 66 milhões) em financiamento do Medical Research Future Fund (MRFF).
Além da Universidade de Queensland, a equipe de pesquisa conta com pesquisadores do Instituto de Pesquisa Cardíaca Victor Chang, do Instituto Baker de Diabetes e Coração, do Hospital St. Vincent’s em Sydney, da Alfred Health em Melbourne e do Hospital The Prince Charles em Brisbane, todos na Austrália.
O Dr. Glenn King, professor do Instituto de Biociência Molecular da Universidade de Queensland, disse que o ensaio clínico de 4 anos deve avaliar o potencial do Hi1a — um peptídeo no veneno da aranha-funil K’gari — como um tratamento para prevenir danos cardíacos durante um ataque cardíaco ou na obtenção de um coração doado para transplante.
“Nossa equipe mostrou que, em modelos animais, o Hi1a protege o coração de danos sofridos devido à falta de oxigênio durante um ataque cardíaco ou durante a recuperação do coração de um doador”, disse o professor Glenn King.
Se for bem-sucedido, [o medicamento] melhorará a sobrevivência e a qualidade de vida do paciente, expandirá drasticamente o conjunto de corações doados disponíveis para transplante e reduzirá significativamente os custos com saúde
Importância do medicamento
O Dr. Nathan Palpant, também professor da Universidade de Queensland Austrália, liderou os estudos que mostraram a eficácia do Hi1a em modelos de doenças cardíacas e disse que um medicamento para tratar ataques cardíacos teria um impacto significativo.
“Um transplante é a única cura para a insuficiência cardíaca, mas há uma grave escassez mundial de corações de doadores, em parte devido aos danos que ocorrem durante o processo de recuperação [do coração doado]”, disse o Dr. Nathan Palpant.
“Apesar do enorme fardo socioeconômico do ataque cardíaco e da insuficiência cardíaca, não há um único medicamento para limitar a perda de células cardíacas durante um ataque ou para proteger os corações dos doadores – nossa equipe espera mudar isso”, continuou o pesquisador.
Sucesso de estudos anteriores
O estudo clínico em humanos é o ápice de anos de trabalho da equipe de pesquisa investigando o uso de Hi1a como tratamento para ataque cardíaco e derrame, e para aumentar a viabilidade dos corações doados para transplante.
O projeto também envolverá a empresa de biotecnologia Infensa Bioscience, sediada em Brisbane, onde o professor Glenn King é Diretor Científico e o Dr. Palpant é Chefe de Biologia.
A pesquisa mostrando que Hi1a atingiu parâmetros críticos para se tornar um tratamento após passar por uma série de testes pré-clínicos foi publicada em 2024 na revista científica The European Heart Journal.
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