
Divulgação, Universidade Monash
Dra. Caitlin Welsh em laboratório da Universidade Monash
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Universidade Monash
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Resumo
Pesquisadores da Universidade Monash e do Instituto Hudson de Pesquisa Médica, na Austrália, lideraram um estudo internacional sobre o papel do hidrogênio na saúde intestinal.
O estudo mostrou que a produção intestinal de hidrogênio é impulsionada principalmente pela hidrogenase do grupo B microbiano [FeFe]-hidrogenase: os genes que codificam a hidrogenase estão amplamente presentes e transcritos em bactérias intestinais.
O hidrogênio viabiliza a presença de bactérias benéficas no intestino, responsáveis por manterem a digestão. Níveis anormais de hidrogênio estão associados a infecções, distúrbios digestivos e até câncer.
Foco do Estudo
Por que é importante?
O gás hidrogênio é produzido naturalmente no intestino quando as bactérias fermentam carboidratos não digeridos da dieta.
Parte desse gás é exalado, grande parte é reciclada por outras bactérias intestinais e o restante é expelido do corpo como flatulência.
Mas o hidrogênio também pode desempenhar um papel importante na saúde intestinal.
Estudo
Em um estudo publicado recentemente na revista científica Nature Microbiology, pesquisadores da Universidade Monash e do Instituto Hudson de Pesquisa Médica, na Austrália, lideraram uma equipe internacional que analisou como os micróbios controlam os níveis de hidrogênio (H2) no intestino.
Os cientistas revelaram novas descobertas sobre como o hidrogênio é produzido e utilizado no intestino humano.
Sem o foco em diagnósticos ou no desenvolvimento de terapias, a pesquisa se concentrou em compreender o papel fundamental do hidrogênio na função intestinal.
O estudo revelou que a produção intestinal de H2 é impulsionada principalmente pela hidrogenase do grupo B microbiano [FeFe]-hidrogenase. A metagenômica e a metatranscriptômica de amostras de biópsia de fezes e tecidos mostraram que os genes que codificam a hidrogenase estão amplamente presentes e transcritos em bactérias intestinais.
Também participaram do estudo colaborativo pesquisadores da Universidade Uppsala, na Suécia; da Universidade de Melbourne e do Peter Doherty Institute for Infection and Immunity, na Austrália; da Universidade Harvard, Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, Universidade de Michigan e Universidade Purdue, nos EUA.
A produção de gases no intestino é um processo normal. O hidrogênio é produzido em grandes quantidades quando as bactérias intestinais decompõem os alimentos e é então usado por outros micróbios como energia
Resultados
A Dra. Caitlin Welsh, pesquisadora de pós-doutorado no Instituto Hudson de Pesquisa Médica e primeira autora do estudo, disse que os resultados revelaram que o hidrogênio tem um papel ainda maior na função intestinal do que se pensava anteriormente.
“A maioria das pessoas libera cerca de um litro de gás por dia e metade disso é hidrogênio. Mas o hidrogênio é mais do que apenas o gás responsável pela flatulência – é um fator oculto da saúde intestinal. Nosso estudo mostrou que o hidrogênio molda o microbioma intestinal de maneiras surpreendentes e variadas. Ele ajuda algumas bactérias benéficas a prosperarem no intestino e a manterem a digestão”, destacou a pesquisadora.
Apesar da produção de gases no intestino ser um processo normal, a produção excessiva de hidrogênio pode ser um sinal de problemas intestinais. Níveis anormais de hidrogênio estão associados a infecções, distúrbios digestivos e até câncer, e são frequentemente medidos em testes respiratórios para avaliar a saúde intestinal.
“Também observamos sinais de que a produção de hidrogênio foi interrompida em pessoas com distúrbios intestinais, mas não está claro se isso é causa ou consequência de doenças”, disse o professor Chris Greening, professor e pesquisador da Universidade Monash e coautor sênior do estudo.
O Dr. Samuel Forster, professor e pesquisador do Instituto Hudson e também coautor sênior do estudo, disse que as ligações recém-descobertas podem, no entanto, auxiliar na compreensão das condições intestinais e orientar o desenvolvimento de novos tratamentos baseados no microbioma.
Embora as terapias emergentes baseadas no microbioma variem de transplante fecal e probióticos a bioterapêuticos vivos, temos um longo caminho a percorrer para entender completamente como elas funcionam e qual a melhor forma de utilizá-las. Ao compreender as funções desses sistemas, novas oportunidades para intervenções terapêuticas se abrem, algumas das quais ainda não consideramos
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Autores/Pesquisadores Citados
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