Notícia com publicação científica
Exame de urina pode indicar risco de recorrência de câncer renal
Análise dos perfis de moléculas glicosaminoglicanas na urina pode reduzir uso de tomografia computadorizada para verificar possibilidade de recorrência de câncer renal após cirurgia
Celso Pupo via Shutterstock
4 de setembro de 2025, 10:45

Fonte

Åsa Hansdotter, Universidade Lund

Publicação Original

Universidade Lund

Áreas

Análises Clínicas, Biomedicina, Cirurgia, Epidemiologia, Estudo Clínico, Medicina, Nefrologia, Oncologia, Patologia, Urologia

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Resumo

Como alternativa para evitar a realização de tomografias frequentes em pacientes com carcinoma de células renais após cirurgia para acompanhar a possibilidade de recorrência do câncer, pesquisadores estudaram um teste diagnóstico alternativo baseado em exame de urina.

Em um estudo multicêntrico prospectivo e observacional, os pesquisadores analisaram a sensibilidade e a especificidade do teste dos perfis de moléculas glicosaminoglicanas na urina como biomarcador para a recorrência do câncer.

O novo teste pode significar a identificação da recorrência do câncer em um estágio inicial, uma redução na exposição à radiação e na ansiedade do paciente, além de menores custos com saúde.

Foco do Estudo

Analisar a sensibilidade e a especificidade do teste de perfis de glicosaminoglicanas na urina como biomarcadores para a recorrência do câncer renal após cirurgia.

Por que é importante?

Em todo o mundo, cerca de 400.000 pessoas são diagnosticadas com câncer renal a cada ano.

O carcinoma de células renais de células claras é a forma mais comum de câncer renal entre adultos, representando cerca de 80% de todos os casos de câncer renal.

Cerca de um quinto dos pacientes submetidos a cirurgia enfrentam uma recidiva em cinco anos. Para verificar a recorrência, os pacientes precisam ser examinados – normalmente por tomografia computadorizada – de uma a duas vezes por ano. O exame envolve exposição à radiação e ansiedade para muitos pacientes.

Estudo

Um novo estudo de coorte de teste diagnóstico multicêntrico prospectivo e observacional liderado pela Universidade Lund, na Suécia, mostrou que um simples exame de urina que pode avaliar o risco de recorrência do câncer renal em estágio inicial.

Isso pode poupar os pacientes de exames de imagem frequentes, como tomografias computadorizadas, e, assim, reduzir a radiação, a ansiedade e os custos associados. O estudo foi publicado na revista cientíica European Urology Oncology.

O estudo envolveu 134 pacientes de 23 hospitais em dez países e mostra que um exame de urina pode reduzir pela metade o número de exames. A urina é analisada para identificar certos tipos de moléculas de açúcar chamadas glicosaminoglicanas. A análise dos perfis dessas moléculas na urina – conhecida como teste GAGome – pode levar a biomarcadores para detecção de recorrência do câncer.

O Dr. Saeed Dabestani, professor da Universidade Lund, liderou o estudo no qual pacientes submetidos a cirurgia foram submetidos a exames de imagem, complementados por exames de urina regulares, como parte de seu acompanhamento padrão.

Os pesquisadores avaliaram a sensibilidade e a especificidade do teste GAGome na identificação da recorrência do carcinoma de células renais de células claras.

O teste GAGome é baseado em um conjunto de biomarcadores, em vez de apenas uma molécula, o que fornece uma base mais sólida para a tomada de decisões sobre o tratamento. Se o resultado for negativo, temos mais ou menos certeza de que não há recorrência, mas se o resultado for positivo, devemos continuar a investigação

Dr. Saeed Dabestani, professor da Universidade Lund

Resultados

O teste GAGome demonstrou ser extremamente sensível na detecção de recorrência do carcinoma de células renais de células claras e conseguiu identificar corretamente 90% dos pacientes cujo câncer havia retornado.

O professor Saeed Dabestani destacou que um teste GAGome negativo resultou em uma chance altamente confiável de 97% de que o paciente não tivesse recorrência do câncer.

O novo teste pode significar a identificação da recorrência do câncer em um estágio inicial, uma redução na exposição à radiação e na ansiedade do paciente, além de menores custos com saúde. No entanto, mais pesquisas são necessárias para determinar se, em última análise, o exame salvará mais vidas.

Mais pesquisas são necessárias para confirmar a eficácia do teste GAGome na prática clínica. A continuidade do estudo inclui um grupo adicional de participantes que serão avaliados no final de 2025 para confirmar os resultados atuais.

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Autores/Pesquisadores Citados

Dr. Saeed Dabestani

Professor da Universidade Lund

Instituições Citadas

Universidade Lund

Publicação

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a revista científica European Urology Oncology (em inglês).

Mais Informações

Acesse a notícia original completa na página da Universidade Lund (em inglês).

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