
Fonte
Colette Derworiz, Faculdade de Ciências da Universidade de Calgary
Publicação Original
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Resumo
Recentemente, pesquisadores publicaram um estudo sobre a observação da emissão de luz em camundongos vivos, emissão que cessa após a morte dos animais.
A emissão dos chamados biofótons é ultrafraca, sendo perceptível apenas com câmeras digitais capazes de detectar fótons individuais.
Os pesquisadores destacaram que se trata de um fenômeno bioquímico, e não metafísico, e que, com o avanço das pesquisas, poderia proporcionar o desenvolvimento de ferramentas para melhorar a compressão da biologia e até identificar danos em tecidos, como um novo recurso diagnóstico.
Foco do Estudo
Estudo
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Calgary, no Canadá, mostrou que seres vivos apresentam uma emissão de fótons ultrafraca – ou um brilho imperceptível – que desaparece durante o processo da morte.
O estudo foi publicado na revista científica The Journal of Physical Chemistry Letters em abril de 2025 e viralizou poucas semanas após sua publicação.
Os cientistas afirmam ter ficado surpresos com tamanho interesse: “Suponho que tenha um pouco a ver com o fato de as pessoas se lembrarem de auras”, disse o Dr. Christoph Simon, professor do Departamento de Física e Astronomia da Universidade de Calgary e coautor do estudo.
O artigo foi um passo além, mostrando o que acontece com o brilho – os chamados biofótons -, por meio de imagens em camundongos antes e depois de suas mortes, e também identificou mudanças na intensidade das emissões em plantas sob condições de estresse.
O Dr. Daniel Oblak, professor de Física e Astronomia da Universidade de Calgary e coautor do artigo, afirmou que há muito tempo existem indícios de que seres vivos, incluindo plantas e animais, realizam a fotoemissão ultrafraca. “É uma quantidade muito pequena e, claro, muito difícil de detectar”, disse o pesquisador.
É um fato que os seres vivos brilham. É um brilho muito fraco, mas está lá e é visível com câmeras muito sensíveis
Resultados
A pesquisa tem o potencial de fornecer insights não invasivos sobre os processos bioquímicos e metabólicos dos seres vivos. A emissão ultrafraca de biofótons poderia ser usada como um indicador de estresse e anormalidades de saúde, e poderia ser usada no desenvolvimento de ferramentas promissoras para o avanço da compreensão tanto da biologia quanto da pesquisa biomédica.
A equipe da Universidade de Calgary colaborou com o Centro de Pesquisa Terapêutica em Saúde Humana do Conselho Nacional de Pesquisa do Canadá (NRC), em Ottawa, para explorar o fenômeno em camundongos por meio de imagens.
“Vimos que o nível de luz que eles emitem – esse brilho de biofótons – é nitidamente diferente entre animais vivos e mortos”, disse o Dr. Daniel Oblak.
Os pesquisadores usaram câmeras digitais capazes de detectar fótons individuais para criar imagens de camundongos com exposição de duas horas antes e depois da morte. Isso mostrou que a emissão de biofótons diminuiu após a morte nos animais. Os pesquisadores também observaram que um aumento na temperatura e lesões em plantas causaram aumento na emissão dos biofótons.
O Dr. Daniel Oblak afirmou que o brilho, que não é visível a olho nu, é um fenômeno bioquímico e não metafísico: “Precisamos entender o que é isso para entender o que está acontecendo. Se conseguirmos entender como isso se relaciona com certas influências no corpo – estresse, doenças – então isso poderá ser usado como uma ferramenta de diagnóstico”.
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Autores/Pesquisadores Citados
Instituições Citadas
Publicação
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Acesse a revista científica The Journal of Physical Chemistry Letters (em inglês).
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