
Fonte
Diana Yates, Universidade de Illinois em Urbana-Champaign
Publicação Original
Áreas
Resumo
Pesquisadores conduziram, durante nove dias, um estudo clínico controlado e randomizado com 40 adultos saudáveis e fisicamente ativos, com idades entre 20 e 40 anos, para verificar se o tipo de dieta – vegana ou onívora – e a distribuição da dieta ao longo do dia fariam diferença na construção muscular.
Os pesquisadores concluíram que a fonte de proteína – vegetal ou animal – e a distribuição da ingestão da proteína ao longo do dia (homogênea ou mais concentrada ao final do dia) não fizeram qualquer diferença na síntese de proteína muscular.
Foco do Estudo
Estudo
Em relação ao ganho de massa muscular em praticantes de treinamento com pesos, uma pergunta recorrente é se o tipo de dieta – onívora ou vegana – influencia o resultado do treino em termos de ganho de músculos. Até então, a resposta mais comum era que o consumo de proteína animal ofereceria melhores resultados em termos de construção muscular.
Essa crença tinha raízes científicas: estudos anteriores que realizaram biópsias musculares após uma única refeição descobriram que uma refeição de origem animal fornecia um estímulo maior para a síntese de proteína muscular do que uma refeição vegana, disse o professor Nicholas Burd, professor de Saúde e Cinesiologia na Universidade de Illinois Urbana-Champaign, nos EUA. “E assim, nossa hipótese geral, baseada nesses estudos anteriores, era que o padrão alimentar de origem animal seria mais eficaz para a construção muscular”.
Mas, segundo o professor, as medições realizadas após uma única refeição poderiam não refletir os efeitos de uma dieta vegana balanceada ao longo do tempo.
Uma pesquisa anterior desenvolvida no laboratório do professor Nicholas Burd também já tinha indicado que a ingestão de proteína superior a 1,1 g/kg (de massa corpórea) por dia não faria diferença na taxa de síntese proteica muscular durante o treinamento com pesos.
Neste cenário, pesquisadores do Departamento de Saúde e Cinesiologia, da Divisão de Ciências da Nutrição e do Centro de Biotecnologia da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, liderados pelo professor Nicholas Burd, desenvolveram um estudo clínico controlado e randomizado, realizado durante nove dias, para avaliar se a fonte de proteína – vegetal ou animal – e se a ingestão diária de proteínas distribuída uniformemente ao longo do dia fariam alguma diferença na síntese de proteína muscular em praticantes de treinamento com pesos.
A equipe de pesquisa recrutou 40 adultos (homens e mulheres) saudáveis e fisicamente ativos, com idades entre 20 e 40 anos. Os participantes foram submetidos a uma ‘dieta de habituação’ de sete dias para padronizar seu estado nutricional antes do estudo clínico. Em seguida, eles foram aleatoriamente designados para uma dieta vegana ou onívora.
Os participantes receberam todas as refeições, algumas das quais foram consumidas no laboratório, enquanto a maioria foi consumida em casa. Aproximadamente 70% da proteína das refeições onívoras foi obtida de fontes animais: carne bovina, suína, frango, laticínios e ovos. A dieta vegana equilibrou o conteúdo de aminoácidos das refeições, garantindo que os participantes consumissem proteínas adequadamente.
Os grupos vegano e onívoro foram divididos novamente entre aqueles que consumiram aproximadamente a mesma quantidade de proteína em cada uma das três refeições diárias e aqueles cuja ingestão de proteína variou ao longo de cinco refeições ao longo do dia, com uma proporção maior de proteína consumida no final do dia.
Todos os participantes realizaram uma série de atividades de fortalecimento muscular no laboratório a cada três dias. Eles também usaram acelerômetros para monitorar seus níveis de atividade física quando não estavam no laboratório.
Todos os dias, os participantes beberam água ‘pesada’, marcada com deutério, um isótopo estável do hidrogênio. Os átomos de deutério serviram como marcadores para a equipe rastrear sua incorporação no tecido muscular. Biópsias de tecido muscular da perna foram coletadas no início e no final do estudo.
A crença de longa data, ou o dogma atual, era que fontes de proteína de origem animal eram melhores, particularmente para a resposta de construção muscular
Resultados
O professor Nicholas Burd ficou inicialmente surpreso ao ver que não havia diferenças nas taxas de síntese de proteína muscular entre aqueles que seguiram dieta vegana ou onívora.
Ele também ficou surpreso ao ver que a distribuição de proteína ao longo do dia não teve efeito na taxa de construção muscular.
Agora, o professor disse que se alguém lhe perguntar qual é o melhor tipo de dieta para construção muscular, ele vai responder: “É o tipo que você põe na boca depois do exercício. Contanto que você esteja consumindo proteína de alta qualidade em quantidade suficiente, isso realmente não faz diferença”
As descobertas foram publicadas na revista científica Medicine and Science in Sports and Exercise.
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