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Melissa Lyne, UNSW
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Resumo
Na Austrália, pesquisadores desenvolveram um índice que ajuda a rastrear a fragilidade social, que pode aumentar consideravelmente o risco de demência em idosos.
A pesquisa envolveu 851 participantes – muitos deles acompanhados a cada dois anos por até 12 anos – para verificar qual índice de fragilidade social melhor previa o risco de desenvolver demência.
Os resultados mostraram que indivíduos socialmente frágeis tiveram até 50% mais chances de desenvolver demência.
Foco do Estudo
Por que é importante?
O Dr. Suraj Samtani, psicólogo clínico e pesquisador de pós-doutorado do Centro para o Envelhecimento Cerebral Saudável da Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW), na Austrália, afirmou que, ao analisar o envelhecimento cerebral, não começa com testes de memória ou exames de imagem. Ele inicia observando a frequência com que a pessoa vê um amigo, participa de uma atividade comunitária ou sente que tem alguém em quem confiar.
“A fragilidade social ocorre quando nos tornamos vulneráveis à perda dos recursos necessários para manter conexões sociais e satisfazer nossas necessidades sociais”, explicou o pesquisador.
O trabalho do Dr. Suraj Samtani concentra-se no risco de desenvolvimento de demência. Ele afirma que as consequências do isolamento social na terceira idade são profundas, estando a fragilidade social associada não apenas ao declínio cognitivo, mas também a maiores taxas de incapacidade e morte prematura.
Embora os tratamentos existentes se concentrem em melhorar a memória ou a linguagem nessa população, atualmente não existe nenhum tratamento que se concentre em aprimorar ou manter as habilidades e conexões sociais das pessoas.
Estudo
Pesquisadores do Centro para o Envelhecimento Cerebral Saudável da Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW), na Austrália, desenvolveram um índice baseado em evidências para ajudar a rastrear a fragilidade social, que pode aumentar consideravelmente o risco de demência em idosos.
A pesquisa se baseia principalmente em dados de idosos que vivem nos subúrbios de Sydney, por meio do estudo de longa duração chamado Sydney Memory and Aging Study.
O estudo, publicado recentemente na revista científica The Journals of Gerontology: Series B, envolveu 851 participantes – muitos deles acompanhados a cada dois anos por até 12 anos – para verificar qual índice de fragilidade social melhor previa o risco de desenvolver demência.
Na meia-idade, fatores de risco como perda auditiva e síndromes metabólicas, como hipertensão e diabetes, são muito importantes de prevenir e controlar. Mas na terceira idade, o isolamento social é o maior fator de risco para demência
Resultados
Os resultados mostraram que indivíduos socialmente frágeis tiveram até 50% mais chances de desenvolver demência, mesmo após considerar outros fatores, como fragilidade física e psicológica.
Baixa satisfação financeira e familiar, contatos sociais pouco frequentes e participação limitada em atividades sociais e voluntariado foram associados a um risco aumentado de demência, sendo a baixa satisfação financeira um preditor independente.
“Isso sugere que a fragilidade social não é apenas um fator de risco importante, mas também um fator que podemos identificar precocemente e potencialmente modificar”, afirmou a Dra. Annabel Matison, pesquisadora de pós-doutorado no Centro para o Envelhecimento Cerebral Saudável da UNSW e é autora principal do estudo.
As descobertas mostraram que a fragilidade social foi um fator preditivo mesmo em pessoas cognitivamente saudáveis no início do estudo.
“Mas precisamos de uma população mais diversificada para replicar essa descoberta antes de podermos afirmar que ‘isso deve ser aplicado a todos’”, diz o Dr. Suraj Samtani. Isso significa buscar e incluir dados mais abrangentes. Para isso, a UNSW criou o Laboratório de Equidade em Saúde Cerebral de Sydney.
“Queremos analisar os fatores de risco sociais e estruturais para a demência e questionar: o isolamento geográfico importa? A discriminação importa? Queremos garantir que a saúde cerebral seja um direito de todos, e não apenas de alguns”, afirmou o pesquisador.
Ao pensar em interações sociais, incentivamos as pessoas a pensarem em algo que lhes interesse ou de que gostem. Elas podem fazer trabalho voluntário, participar de um clube de leitura, de uma aula comunitária onde realizam atividades em conjunto ou de um grupo de dança
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Autores/Pesquisadores Citados
Instituições Citadas
Publicação
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a revista científica The Journals of Gerontology: Series B (em inglês).
Mais Informações
Acesse a notícia original completa na página da Universidade de Nova Gales do Sul (em inglês).
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