
Reprodução, Universidade de Cambridge e NHS-Cambridge University Hospitals
Professora Jean Abraham no laboratório
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Cambridge University Hospitals NHS Foundation Trust e Universidade de Cambridge
Publicação Original
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Resumo
Um estudo clínico randomizado, de fase II-III, neoadjuvante, envolveu 84 pacientes com câncer de mama em estágio inicial com mutações hereditárias nos genes BRCA1 e BRCA2, com o objetivo de observar os resultados de uma nova abordagem de tratamento em comparação à abordagem tradicional.
A abordagem inovadora incluiu a adição do medicamento olaparibe e quimioterapia antes da cirurgia e os benefícios do momento preciso em que os tratamentos são administrados às pacientes.
Das 39 pacientes que receberam quimioterapia seguida de olaparibe, apenas uma paciente apresentou recidiva e 100% das pacientes sobreviveram depois de três anos da cirurgia.
Foco do Estudo
Estudo
Em um estudo envolvendo pacientes com câncer de mama em estágio inicial com mutações hereditárias nos genes BRCA1 e BRCA2, pesquisadores mostraram que, com um tratamento envolvendo quimioterapia seguida por medicamento específico para o câncer antes da cirurgia, 100% das pacientes sobreviveram ao período crítico de três anos após a cirurgia.
A descoberta, publicada na revista científica Nature Communications, pode se tornar o tratamento mais eficaz até o momento para pacientes com este tipo de câncer de mama agressivo.
O tratamento padrão atual para cânceres de mama com mutações hereditárias nos genes BRCA1 e BRCA2 visa reduzir o tamanho do tumor por meio de quimioterapia e imunoterapia, antes da remoção cirúrgica. Os primeiros três anos após a cirurgia são um período crítico, quando há maior risco de recidiva ou morte.
O estudo clínico randomizado, de fase II-III, neoadjuvante, foi liderado pelo Cambridge University Hospitals NHS Foundation Trust e pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e adotou uma abordagem diferente, demonstrando duas inovações: a adição do medicamento olaparibe e quimioterapia antes da cirurgia e os benefícios do momento preciso em que os tratamentos são administrados às pacientes. Participaram do estudo 84 pacientes recrutadas em 23 unidades do NHS (o Sistema Nacional de Saúde) em todo o Reino Unido.
É raro ter uma taxa de sobrevivência de 100% em um estudo como este e para esses tipos agressivos de câncer. Estamos extremamente entusiasmados com o potencial desta nova abordagem, pois é crucial encontrarmos uma maneira de tratar e, com sorte, curar pacientes diagnosticadas com cânceres relacionados aos BRCA1 e BRCA2
Resultados
Os resultados mostram que considerar um ’intervalo’ de 48 horas entre a quimioterapia e o medicamento olaparibe leva a melhores resultados, possivelmente porque a medula óssea da paciente tem tempo para se recuperar da quimioterapia, enquanto deixa as células tumorais suscetíveis ao medicamento direcionado.
Das 39 pacientes que receberam quimioterapia seguida de olaparibe, apenas uma paciente apresentou recidiva e 100% das pacientes sobreviveram depois de três anos da cirurgia.
Em comparação, a taxa de sobrevida das participantes do grupo controle foi de 88% três anos após a cirurgia. Das 45 pacientes no grupo controle que receberam apenas quimioterapia, nove apresentaram recidiva, das quais seis morreram.
As descobertas têm potencial para serem aplicadas a outros tipos de câncer causados por cópias defeituosas dos genes BRCA, como alguns tipos de câncer de ovário, próstata e pâncreas.
A Dra. Jean Abraham – professora de Medicina de Precisão do Câncer de Mama na Universidade de Cambridge e líder do estudo no Cambridge University Hospitals NHS Foundation Trust – e sua equipe estão agora planejando a próxima fase da pesquisa, que buscará replicar os resultados em um estudo maior e confirmar que a abordagem oferece um tratamento menos tóxico para as pacientes, além de ser mais econômica, em comparação com o padrão de tratamento atual.
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Autores/Pesquisadores Citados
Instituições Citadas
Publicação
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