
Glen van Niekerk, Mushroom Observer via Wikimedia Commons
Laxitextum bicolor
Fonte
Mateus Mendonça, Agecom/UFSC
Publicação Original
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Resumo
Pesquisadores estão validando um novo aplicativo de smartphone que reconhece imagens de fungos e os associa a espécies conhecidas.
Usando um banco de dados com mais de 13 mil fotografias que representam 505 espécies de macrofungos catalogados no Brasil, a ferramenta usa Deep Learning – uma técnica de Inteligência Artificial – para permitir ao usuário identificar facilmente fungos encontrados na natureza.
Os pesquisadores esperam que a tecnologia facilite ações de conservação de macrofungos.
Foco do Estudo
Por que é importante?
O Brasil contém cerca de 20% da biodiversidade e das espécies de fungos do mundo. Atualmente, acredita-se que existam entre 1 e 5 milhões de tipos de fungos no planeta, porém apenas cerca de 150 mil estão catalogados.
O Dr. Elisandro Drechsler dos Santos, professor e pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), explicou que os fungos têm o potencial para contribuir com 10 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, desde a fome zero até as mudanças climáticas. Porém, segundo o pesquisador, as espécies costumam ser negligenciadas em políticas de conservação, e algumas enfrentam ameaça de extinção.
Os fungos são essenciais para a estabilidade climática devido ao seu papel na filtragem de carbono no solo, além de colaborar para a saúde ecossistêmica. Muitos alimentos, medicamentos e produtos também podem ser beneficiados pelos fungos. A penicilina, por exemplo, antibiótico usado para tratar infecções bacterianas, surgiu a partir da descoberta dos fungos Penicillium.
Estudo
O grupo de pesquisa MIND.Funga, coordenado pelo Laboratório de Micologia (Micolab) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), está desenvolvendo um aplicativo capaz de identificar, a partir de fotos, espécies de macrofungos, como cogumelos e orelhas-de-pau, por exemplo.
O projeto utiliza um banco de dados composto por mais de 13 mil fotografias que representam 505 espécies de macrofungos coletadas em diversas regiões do Brasil.
Usando deep learning, uma técnica de Inteligência Artificial (IA), a nova ferramenta pode facilitar a pesquisa e o mapeamento de espécies fúngicas no país: o aplicativo permite aos usuários capturar fotos de fungos em seus dispositivos e obter identificações baseadas na semelhança com imagens presentes no banco de dados.
“Esse aplicativo vai permitir uma identificação mais eficiente dos macrofungos, utilizando padrões de imagens e inteligência artificial, algo que pode transformar a forma como a ciência cidadã contribui para a conservação da biodiversidade”, apontou o Dr. Elisandro Drechsler dos Santos.
A tecnologia visa ampliar o acesso ao conhecimento sobre fungos e incentivar o interesse da população.
O aplicativo permitiria mapear a existência de diferentes espécies, permitindo a criação de ações de conservação.
Nós precisamos popularizar os fungos no Brasil e democratizar o conhecimento sobre eles. Com essa ferramenta, qualquer pessoa poderá usar um celular para contribuir com a ciência e conhecer mais sobre a diversidade fúngica
Resultados
Atualmente, o aplicativo está em fase de testes apenas para pessoas selecionadas. O núcleo também produziu um e-book que tem como objetivo propor uma metodologia padrão para a captura de imagens.
Mais informações estão disponíveis na página do grupo de pesquisa MIND.Funga.
Resultados parciais foram publicados na revista científica PeerJ Life and Environment.
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Autores/Pesquisadores Citados
Instituições Citadas
Publicação
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a revista científica PeerJ Life and Environment (em inglês).
Mais Informações
Acesse a página do grupo de pesquisa MIND.Funga.
Acesse o e-book gratuito ‘Protocolo de Captura de Imagens de Macrofungos’ (em português e inglês).
Acesse a notícia original completa na página da Universidade Federal de Santa Catarina.
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