Notícia com publicação científica
Fungo híbrido pode ameaçar pacientes em estado grave
Estudo identificou que um novo fungo híbrido patogênico pode causar doenças em humanos

Gustavo Goldman, FCFRP-USP

Fungo Aspergillus latus, encontrado pela primeira vez em 2020

8 de novembro de 2024, 09:10

Fonte

Giovana Góis e Paiva Rebouças, Agecom/UFRN

Publicação Original

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Áreas

Biologia, Imunologia, Medicina Intensiva, Micologia, Microbiologia, Patologia

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Resumo

Um novo estudo revelou que o fungo híbrido patogênico Aspergillus latus pode representar uma ameaça significativa para pacientes em estado grave internados em UTIs.

Os pesquisadores destacaram que a falta de identificação adequada desse tipo de fungo compromete os tratamentos, prejudica a recuperação e aumenta o risco de mortalidade.

Foco do Estudo

Avaliar as possíveis ações de um fungo híbrido patogênico descoberto em 2020

Estudo

Um estudo publicado na revista científica Nature Communications revelou que o fungo híbrido patogênico Aspergillus latus pode representar uma ameaça significativa, especialmente para pacientes com COVID-19 internados em UTIs, que estão em alto risco de coinfecção.

Mas a falta de identificação adequada desse tipo de fungo compromete os tratamentos, prejudica a recuperação e aumenta o risco de mortalidade.

Em indivíduos saudáveis, o sistema imunológico consegue evitar infecções por Aspergillus. No entanto, em casos de imunossupressão, o organismo pode desenvolver uma condição chamada Aspergilose Pulmonar Invasiva. Essa infecção também pode acometer pacientes com COVID-19 e agrava o risco de morte, a chamada ‘Aspergilose Pulmonar Associada à COVID-19’.

Embora a descoberta de fungos híbridos não seja inédita, o diferencial deste estudo foi identificar que esses organismos podem causar doenças em humanos.

O Aspergillus latus representa um risco não apenas para pacientes com COVID-19, mas também para indivíduos com asma, fibrose cística, e aqueles em tratamento de quimioterapia ou radioterapia.

A pesquisa contou com a colaboração de cientistas da Universidade da Califórnia em Berkeley, da Universidade Vanderbilt e da Universidade da Carolina do Norte em Greensboro, nos EUA; da Universidade Agrícola do Sul da China e da Universidade Shandong, na China; do Instituto Pasteur Paris e do Hospital Saint Louis, na França; da Universidade Ludwig Maximilian em Munique, na Alemanha; da Universidade de Sevilha, na Espanha; da Universidade Católica de Leuven e do Hospital Universitário de Leuven, na Bélgica; da Escola de Medicina da Universidade do Minho, em Portugal; e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP em Ribeirão Preto, no Brasil.

[O fungo] Aspergillus latus é mais resistente a certos antifúngicos, o que pode levar a tratamentos inadequados

Dr. Rafael Bastos, professor do Programa de Pós-graduação em Biologia Parasitária da UFRN

Resultados

“Nosso estudo mostra que [o fungo Aspergillus latus] é diagnosticado incorretamente, pois as técnicas laboratoriais atuais não conseguem identificá-lo com precisão. Além disso, A. latus é mais resistente a certos antifúngicos, o que pode levar a tratamentos inadequados”, afirmou o Dr. Rafael Bastos, professor do Programa de Pós-graduação em Biologia Parasitária da UFRN, que também participou da descrição do Aspergillus latus em 2020.

O Aspergillus latus chamou atenção por possuir o dobro de cromossomos e DNA em comparação com outros fungos do gênero. A equipe descobriu que ele é híbrido, originado do cruzamento de duas espécies de Aspergillus diferentes. Embora cruzamentos sejam comuns, a natureza geralmente impede a viabilidade desses híbridos, mas o fungo Aspergillus latus permaneceu estável.

Para o professor Rafael Bastos, divulgar descobertas como essa é essencial para a área científica, aproximando os resultados da comunidade acadêmica. Ele acredita que esses estudos devem mostrar aos estudantes da UFRN e de outras instituições que a ciência está em constante desenvolvimento, próxima do cotidiano e acessível.

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Autores/Pesquisadores Citados

Dr. Rafael Bastos

Professor do Programa de Pós-graduação em Biologia Parasitária da UFRN

Publicação

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a revista científica Nature Communications (em inglês).

Mais Informações

Acesse a notícia original completa na página da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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