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Novo mapa molecular do cérebro pode dar pistas sobre tratamentos para a esclerose múltipla

Fonte

Felicia Lindberg, Instituto Karolinska

Publicação Original

Áreas

Bioengenharia, Biofísica, Biologia, Biotecnologia, Engenharia Biomédica, Epidemiologia, Genética, Imagens Médicas, Imunologia, Microbiologia, Neurociências, Neurologia, Patologia, Processamento de Imagens

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Resumo

O desenvolvimento cerebral é um processo complexo que envolve, por exemplo, a diversificação e distribuição precisas das células em áreas distintas.

Recentemente, pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, e da Universidade Yale, nos EUA, criaram um mapa molecular multidimensional de como o cérebro de camundongos se desenvolve após o nascimento e como reage à inflamação.

O estudo, publicado na revista científica Nature, mostrou que alguns dos programas moleculares responsáveis pelo desenvolvimento cerebral podem ser reativados no cérebro durante a inflamação.

Os cientistas desenvolveram um novo método chamado triômica espacial, que permite compreender, simultaneamente, a atividade dos genes, como essa atividade é regulada por alterações epigenéticas e se essa atividade leva, em última análise, à produção de proteínas. Isto tudo em uma área específica do cérebro.

O estudo baseia-se em análises de cérebros de animais e humanos em diferentes estágios de desenvolvimento. “Conseguimos usar esse método multidimensional para acompanhar o desenvolvimento cerebral ao longo do tempo e mapear as mudanças desde o nascimento até a infância em diferentes partes do cérebro, além de estudar como o cérebro reage à inflamação”, explicou o Dr. Gonçalo Castelo-Branco, professor do Departamento de Bioquímica Médica e Biofísica do Instituto Karolinska.

A mielinização é o processo que fornece às células nervosas uma bainha protetora de mielina isolante, que garante a transmissão rápida e eficaz dos sinais nervosos. Uma área do cérebro com abundante mielinização, por exemplo, é o corpo caloso, que é afetado por doenças neurológicas como a esclerose múltipla, onde a mielina e as células produtoras de mielina são atacadas pelo sistema imune.

Usando um modelo de camundongo com a mielinização interrompida em áreas específicas do cérebro, os pesquisadores descobriram que as células imunológicas do cérebro são ativadas não apenas localmente como resposta ao dano, mas também em locais remotos do cérebro.

“Ficamos surpresos ao ver que a inflamação pode se espalhar para outras partes do cérebro, mesmo quando não há danos diretos nessas áreas”, disse o Dr. Rong Fan, professor da Universidade Yale que liderou o estudo juntamente com o professor Gonçalo Castelo-Branco. “Isso sugere que, em caso de doença, o cérebro possui um sistema complexo de comunicação entre suas diferentes áreas”, continuou.

“Isso é interessante, pois pode nos dar pistas sobre como e por que a mielina é degradada por doenças como a esclerose múltipla. Descobrimos que a inflamação no cérebro pode se espalhar e afetar áreas distantes do local original da lesão, o que pode nos dar informações sobre como a esclerose múltipla se desenvolve e nos fornecer novas ferramentas para o tratamento da doença”, concluiu o Dr. Gonçalo Castelo-Branco.

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Autores/Pesquisadores Citados

Professor do Departamento de Bioquímica Médica e Biofísica do Instituto Karolinska
Professor de Engenharia Biomédica na Universidade Yale

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