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Em crianças e adolescentes, sintomas de vício alimentar estão ligados ao maior consumo de alimentos ultraprocessados
28 de novembro de 2024, 10:03

Fonte

Eliza Brito, UFPE

Publicação Original

Áreas

Educação Alimentar, Nutrição Clínica, Nutrição Materno Infantil, Obesidade, Psicologia, Qualidade dos Alimentos, Saúde da Criança

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Resumo

Em crianças e adolescentes, quanto maior o número de sintomas de vício alimentar, menor o consumo de alimentos in natura e minimamente processados e maior o consumo de alimentos ultraprocessados.

Essa é a principal conclusão da pesquisadora Gabriela Carvalho Santos em sua tese de doutorado defendida no Programa de Pós-Graduação em Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

O vício alimentar consiste em uma alteração crônica do consumo de alimentos, e que acaba levando à maior ingestão de ultraprocessados, compostos por altos níveis de calorias, açúcares, gordura saturada, sódio e aditivos alimentares.

“Essas alterações envolvem aspectos fisiológicos, como desregulação de sinais de fome e saciedade, presença de sintomas de dependência e comportamento obsessivo-compulsivo”, destacou a pesquisadora.

Segundo a Dra. Gabriela Santos, os principais sintomas do vício são: ingestão de substâncias em maior quantidade e período mais longo que o pretendido; desejo persistente ou tentativa malsucedida de parar; muito tempo para se recuperar; redução ou abandono de atividades sociais, ocupacionais e recreativas; uso contínuo; tolerância, que consiste no aumento acentuado na quantidade e na diminuição acentuada no efeito; abstinência; sofrimento e comprometimento clínico.

Considerando amostras não clínicas, a pesquisadora identificou a frequência de vício alimentar entre 9,2% dos pesquisados, percentual que fica dentro do limite observado em estudos prévios, que constatam que 5,9% a 10,10% das crianças e adolescentes apresentam vício alimentar, em amostras não clínicas.

Também foi observada uma alta frequência de sobrepeso e obesidade entre os participantes do estudo, o que acompanha tendências mundiais. “Em 2020, cerca de 20,7% de crianças dos 6 aos 11 anos de idade apresentavam obesidade mundialmente. Na América Latina, cerca de 29,8% das crianças acima de cinco anos apresentam excesso de peso. No Brasil, a prevalência de obesidade infantil foi de 12,2%, sendo 10,8% em meninas e 12,3% em meninos”, detalhou a pesquisadora.

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