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Nova via de incorporação do selênio em proteínas poderia levar a tratamentos contra o câncer e doenças neurodegenerativas
30 de novembro de 2024, 11:56

Fonte

Maria Celia Wider, Assessoria de Comunicação do Cepid Redoxoma, via Jornal da USP

Publicação Original

Áreas

Biologia, Bioquímica, Biotecnologia, Desenvolvimento de Fármacos, Engenharia Biológica, Microbiologia, Neurociências, Neurologia, Oncologia, Psiquiatria

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Resumo

O selênio é um micronutriente com enorme importância para a saúde humana. As funções biológicas do selênio como micronutriente estão associadas às selenoproteínas, com bastante relevância para a saúde humana.

As selenoproteínas geralmente estão envolvidas em funções químicas celulares, como as realizadas pela enzima antioxidante vital glutationa peroxidase 4 (GPX4): ela protege os lipídios das membranas e inibe a ferroptose, tipo de morte celular que envolve a participação do ferro.

Portanto, as selenoproteínas são essenciais para a manter a função celular e permitir a vida.

Em publicação recente na revista científica Molecular Cell, uma equipe internacional de pesquisadores  do Brasil, Estados Unidos, Alemanha e Espanha,  anunciou a descoberta de uma nova via para o metabolismo da selenocisteína – um resíduo de aminoácido contido nas selenoproteínas. Essa nova via é mediada pela enzima antioxidante peroxiredoxina 6 (PRDX6).

A pesquisa foi liderada pelo Dr. José Pedro Friedmann Angeli, pesquisador da Universidade de Würzburg, na Alemanha e pela Dra. Sayuri Miyamoto, professora do Instituto de Química da USP e membro do Centro de Pesquisa em Processos Redox em Biomedicina (Cepid Redoxoma). O Dr. Alex Inague, orientado pela professora Sayuri Miyamoto em seu doutorado e atualmente pós-doutorando na Universidade da Califórnia em Berkeley, nos EUA, é um dos coautores do estudo.

Os pesquisadores também descobriram uma associação entre níveis elevados de PRDX6 e um subtipo altamente agressivo de neuroblastoma, sugerindo que esse mecanismo pode ser explorado para induzir a morte por ferroptose em células tumorais. Por outro lado, evitar a ferroptose poderia ajudar a tratar doenças neurodegenerativas.

Segundo os autores, o estudo traz um avanço ao entendimento do metabolismo da selenocisteína e da biossíntese de selenoproteínas, ao revelar uma nova função para a PRDX6.

Mas, segundo os cientistas, ainda são necessários mais estudos para determinar se a PRDX6 poderia servir realmente como alvo para o desenvolvimento de novos medicamentos.

Em suas publicações, o Portal SciAdvances tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal SciAdvances tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas. 

Autores/Pesquisadores Citados

Pesquisador de Biologia Celular Translacional da Universidade de Würzburg
Professora do Instituto de Química da USP
Pós-doutorando na Universidade da Califórnia em Berkeley

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