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Fonte
Ali Howard, Universidade de Glasgow
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Resumo
Um estudo – nacional, de caso-controle, baseado na população e análise de coorte – ressaltou o impacto positivo que a nova vacina contra o VSR está tendo na saúde infantil em toda a Escócia.
A pesquisa considerou o programa de vacinação materna com a vacina bivalente RSV prefusion F (RSVpreF), oferecida a partir da 28ª semana de gestação – a partir de agosto de 2024.
Em 2024-2025, a equipe de pesquisa descobriu que os filhos de mães vacinadas apresentaram uma probabilidade cerca de 80% menor de internações hospitalares relacionadas ao VSR nos primeiros três meses de vida, em comparação com mães não vacinadas.
Foco do Estudo
Por que é importante?
A infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório é uma doença sazonal muito comum que, por vezes, pode ser grave, especialmente em bebês e idosos.
O vírus provoca principalmente sintomas semelhantes aos de um resfriado, como coriza, tosse e febre baixa. No entanto, em bebês, crianças pequenas e idosos, pode causar complicações graves como bronquiolite, pneumonia e, em casos mais graves, pode levar à necessidade de hospitalização e suporte respiratório.
Em países de clima temperado, o vírus é mais comum nos meses de inverno, e em países de clima tropical é mais comum nos meses chuvosos.
No Brasil, o Ministério da Saúde começou a distribuir a vacina contra o VSR para todo o país no último dia 2 de dezembro.
Estudo
Uma nova pesquisa mostrou que bebês com menos de três meses de idade, cujas mães receberam a vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR, ou RSV em inglês) durante a gravidez, apresentaram uma redução de cerca de 80% no risco de hospitalização por infecção pelo VSR, em comparação com bebês cujas mães não foram vacinadas.
O estudo nacional (de caso-controle, baseado na população e análise de coorte), publicado na revista científica The Lancet Infectious Diseases, considerou o programa de vacinação materna com a vacina bivalente RSV prefusion F (RSVpreF), oferecida a partir da 28ª semana de gestação – a partir de agosto de 2024. O estudo detalhou o impacto positivo que a nova vacina contra o VSR está tendo na saúde infantil em toda a Escócia.
A pesquisa foi liderada pela Public Health Scotland (PHS), em colaboração com a Universidade de Glasgow, Universidade de Strathclyde, Universidade de Edimburgo e Universidade de Oxford, no Reino Unido.
A pesquisa mostrou que as mulheres grávidas vacinadas puderam desenvolver e transmitir anticorpos protetores aos seus bebês. Em agosto de 2025, mais de metade das mulheres grávidas na Escócia tinham recebido a vacina contra o VSR.
Como pediatras, estamos otimistas de que, com a vacinação de mais gestantes, veremos menos bebês muito doentes e famílias angustiadas. Se você está grávida, pode tomar a vacina contra o VSR a partir da 28ª semana de gestação. Eu a encorajo a se vacinar e proteger seu bebê dessa doença angustiante e potencialmente muito grave
Resultados
Os resultados do estudo do programa de vacinação materna contra o VSR na Escócia mostraram a enorme diferença que esta proteção pode fazer — para bebês, famílias, hospitais e para a saúde pública.
O estudo analisou os internamentos hospitalares de bebês com VSR antes e depois da introdução do programa de vacinação. Em 2023-2024, antes da primeira campanha de vacinação, quase 600 bebês com menos de três meses de idade foram internados em hospitais escoceses com infecções por VSR, alguns tão graves que apresentavam dificuldades para respirar e se alimentar.
Em contraste, em 2024-2025, com níveis semelhantes de infecção por VSR circulando na Escócia, a equipe de pesquisa descobriu que os filhos de mães vacinadas apresentaram uma probabilidade cerca de 80% menor de internações hospitalares relacionadas ao VSR nos primeiros três meses de vida, em comparação com mães não vacinadas. Isso se traduziu em 219 internações a menos de bebês com doenças graves relacionadas ao VSR durante o inverno.
A proteção também incluiu mulheres que deram à luz prematuramente, quando os bebês correm maior risco de desenvolver doenças graves.
No entanto, a pesquisa constatou que mulheres vacinadas mais tarde na gravidez – até 14 dias antes do parto – não conseguiram transmitir a proteção de anticorpos aos bebês. A equipe de pesquisa afirmou que essa descoberta destaca a importância de receber a vacina contra o VSR o mais próximo possível da 28ª semana de gestação.
Este estudo demonstra que a vacinação materna pode reduzir o risco de internações hospitalares relacionadas ao VSR em cerca de 80% nos primeiros 3 meses de vida. Desde o início do programa de vacinação, em agosto de 2024, pouco mais da metade de todas as gestantes elegíveis se vacinaram. Esperamos que esses resultados incentivem mais mulheres a se vacinarem, não apenas para proteger seus bebês, mas também para reduzir a sobrecarga dos serviços de saúde durante os meses de inverno
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Autores/Pesquisadores Citados
Publicação
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a revista científica The Lancet Infectious Diseases (em inglês).
Mais Informações
Acesse a notícia original completa na página da Universidade de Glasgow (em inglês).
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