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Em Ribeirão Preto, USP instala primeiro fotômetro de massa do Brasil
11 de setembro de 2025, 14:51

Fonte

Rose Talamone, Jornal da USP

Publicação Original

Áreas

Biologia, Desenvolvimento de Fármacos, Engenharia Biológica, Genética, Imunologia, Indústria Farmacêutica, Metabolismo, Microbiologia

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Resumo

O Departamento de Física da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP) instalou o primeiro fotômetro de massa do Brasil.

Desenvolvido há menos de dez anos pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, o método chega pela primeira vez à América Latina, com outro aparelho em fase de instalação no Chile. O equipamento é comercializado pela Refeyn, uma empresa iniciada em Oxford.

A fotometria de massa mede moléculas e suas interações por meio da interferência entre a luz de um feixe de laser que é espalhada e refletida em lâmina de vidro sobre a qual a molécula se deposita. O equipamento não apenas detecta a presença da molécula, como também determina sua massa com precisão inédita.

Diferentemente de outros métodos mais tradicionais, como a espectrometria de massas ou a eletroforese, o fotômetro dispensa modificações ou marcações químicas. Isso significa que as amostras, muitas vezes de origem biológica, podem ser analisadas em condições fisiológicas reais, sem qualquer alteração.

Outra vantagem está na escala: quantidades mínimas, da ordem de nanogramas, são suficientes para revelar moléculas menores que 50 nanômetros. Com o fotômetro, é possível  acompanhar em tempo quase real a interação entre moléculas, fundamentais para processos como a replicação do DNA, a regulação e o funcionamento de células.

O equipamento também permite observar a formação de agregados, estruturas resultantes do agrupamento incorreto de proteínas. Esses depósitos, conhecidos como amiloides, estão diretamente ligados a doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson.

Além de impulsionar pesquisas acadêmicas, o fotômetro abre portas para a indústria farmacêutica e já é utilizado em grandes laboratórios internacionais para o controle de qualidade de imunobiológicos.

A chegada do fotômetro resultou de uma ampla rede de pesquisadores, envolvendo grupos da USP (Ribeirão Preto, São Carlos e São Paulo), Universidade Estadual Paulista (UNESP), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e parceiros internacionais na Argentina, Uruguai e Colômbia.

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