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Resumo
No final de julho de 2025 foi sancionada a Lei 15.183/2025, que proíbe o uso de animais vivos em testes laboratoriais para o desenvolvimento de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes.
A medida é um marco no movimento de proteção aos animais e ao meio ambiente no Brasil e propõe dois anos de transição para a implementação de métodos alternativos e também para sua fiscalização.
Como alternativa aos testes com animais, uma opção tem se mostrado viável: o desenvolvimento de tecidos biológicos que se assemelham a órgãos humanos.
Neste sentido, a startup Gcell 3D, incubada no Instituto ‘Alberto Luiz Coimbra’ de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), vem há mais de cinco anos realizando pesquisas para o desenvolvimento de tecidos biológicos.
Fundada em 2019, a empresa é especializada no cultivo de células 3D, com foco não apenas em investigações para a área de cosméticos, mas também para medicamentos e usos possíveis em medicina regenerativa. Para isso, a tecnologia produzida tem sido um meio de indicar opções inovadoras e confiáveis não apenas na pesquisa, mas também em sua aplicação.
Um dos principais objetivos das atividades da startup está no desenvolvimento de estruturas tridimensionais a partir de células humanas que simulam órgãos e tecidos: os chamados biotecidos, que podem ser utilizados em testes mimetizando órgãos humanos.
Os modelos ja disponíveis são modelos preditivos para testes de fármacos, cosméticos e suplementos – substituindo, parcial ou totalmente, o uso de animais. Até agora, entre os órgãos já recriados, estão fígado, pulmão, osso e tecido adiposo (gordura). Logo, na prática, um tecido que simula o fígado pode auxiliar na avaliação dos efeitos no órgão, permitindo ainda testar a hepatotoxicidade de medicamentos.
A startup foi idealizada pela Dra. Leandra Baptista, professora do campus da UFRJ em Duque de Caxias. Formada em Biomedicina e com doutorado em Biologia de Células-Tronco e Engenharia Tecidual pela UFRJ, a professora Leandra coordena os projetos científicos da startup e defende que esta nova tecnologia é mais eficaz do que os testes em animais, já que os órgãos deles respondem de forma distinta aos dos humanos.
“Outros estudos de fora do país já mostraram o quanto esses modelos tridimensionais a partir de células humanas de laboratório são muito mais preditivos em relação à toxicidade dos medicamentos do que os próprios modelos animais”, concluiu a professora e empreendedora.
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Autores/Pesquisadores Citados
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Acesse a notícia original completa na página da Universidade Federal do Rio de Janeiro.