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Pesquisadores propõem tratamento personalizado para melanoma uveal
21 de março de 2025, 12:26

Fonte

Universidade de Sevilha

Publicação Original

Áreas

Bioinformática, Biologia, Biotecnologia, Genética, Genômica, Oftalmologia, Oncologia

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Resumo

O melanoma uveal é o tumor maligno intraocular primário mais comum em adultos e é caracterizado por sua alta agressividade e resposta limitada aos tratamentos atuais.

Recentemente, um estudo publicado na revista científica Cell Death and Differentiation identificou os mecanismos genéticos responsáveis ​​pela progressão da doença e propôs uma estratégia terapêutica inovadora baseada na inibição das proteínas HIF-2α e FAK.

O estudo foi realizado no Instituto de Biomedicina de Sevilha (IBiS), na Espanha, e liderado pelos pesquisadores Dr. Daniel Delgado Bellido e Dr. Enrique de Álava Casado.

Um dos principais fatores que promovem a progressão do melanoma uveal é o Mimetismo Vasculogênico, um processo pelo qual as células tumorais criam estruturas vasculares sem a intervenção das células endoteliais. Esse fenômeno facilita a disseminação do câncer e contribui para a resistência aos tratamentos convencionais.

“Este estudo revelou que a perda do braço curto do cromossomo 3 e o ganho do braço longo do cromossomo 8 são eventos-chave no desenvolvimento do Mimetismo Vasculogênico em pacientes com melanoma uveal”, destacou o Dr. Enrique Casado.

“Essas alterações genéticas afetam genes-chave como VHL, BAP1 e FAK, promovendo ativação anormal da proteína HIF-2α e fosforilação da proteína VE-Cadherina, facilitando a formação de estruturas vasculares aberrantes no tumor”, explicou o Dr. Daniel Delgado Bellido, primeiro autor do estudo.

Os pesquisadores usaram modelos celulares avançados que permitiram uma análise detalhada das características genéticas do tumor. Eles compararam dois tipos de células de melanoma uveal com diferenças genéticas significativas: um dos modelos apresentou alterações genéticas associadas à maior agressividade e pior prognóstico, enquanto o outro serviu de referência para avaliar diferenças no comportamento do tumor.

Com base nas descobertas, os pesquisadores exploraram uma nova estratégia de tratamento combinando dois inibidores direcionados: um inibidor de HIF-2α, recentemente aprovado pela agência regulatória FDA nos EUA  para certos tipos de câncer renal, que ajuda a bloquear os sinais de hipóxia que promovem a agressividade do tumor; e um inibidor de FAK, projetado para interferir na ativação da VE-caderina, impedindo que as células tumorais formem as estruturas semelhantes a vasos sanguíneos.

Essa combinação terapêutica reduziu significativamente a formação de Mimetismo Vasculogênico e o crescimento tumoral em modelos de xenoenxerto.

A nova abordagem pode representar uma alternativa mais eficaz e personalizada para pacientes com melanoma uveal de alto risco, abrindo portas para futuros estudos clínicos e novas oportunidades terapêuticas.

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Autores/Pesquisadores Citados

Pesquisador de pós-doutorado do Instituto de Biomedicina de Sevilha (IBiS)
Professor da Universidade de Sevilha

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