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Resumo
Um novo estudo realizado por pesquisadores do Hospital St. Michael’s e da Universidade de Toronto, no Canadá, e da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), nos EUA, analisou ocorrências de perda de acompanhamento durante o tratamento de pacientes com retinopatia diabética.
Publicada na revista científica JAMA Network Open, a pesquisa visa informar estratégias para ajudar a manter os pacientes em tratamento e gerenciar melhor a retinopatia diabética – a causa mais comum de perda de visão entre pessoas com diabetes.
Causada pela hiperglicemia, que danifica a retina, a condição pode levar a complicações como crescimento anormal dos vasos sanguíneos e edema macular diabético.
Os tratamentos visam prevenir a perda de visão, interrompendo o crescimento dos vasos sanguíneos e reduzindo o vazamento na retina, usando terapia a laser ou injeções de medicamentos anti-VEGF (fator de crescimento endotelial vascular).
Sob a liderança do Dr. Marko Popovic, especialista em retina do Hospital St. Michael, e da Dra. Radha Kohly, pesquisadora da Universidade de Toronto e autora sênior do estudo, os pesquisadores investigaram os fatores sociodemográficos e clínicos associados à ‘perda de acompanhamento’.
No estudo, foram analisados dados de prontuários eletrônicos de 2.961 pacientes tratados entre janeiro de 2012 e dezembro de 2021. Os pacientes foram classificados como ‘perda de acompanhamento’ se receberam tratamento, mas não retornaram ao especialista no período de um ano após a última consulta.
“Descobrimos que 17% dos pacientes foram perdidos durante o período de estudo de 10 anos”, afirmou Ryan Huang, estudante da Faculdade de Medicina da Universidade de Toronto e primeiro autor do estudo. Destes, 41% perderam o acompanhamento permanentemente – o que significa que nunca retornaram à clínica – e 54% retornaram em algum momento após um ano.
Os pesquisadores descobriram que pacientes do sexo masculino ou hispânicos tiveram de 20% a 50% mais chances de perder o acompanhamento, enquanto pacientes negros tiveram o dobro de chances de apresentar interrupções significativas no tratamento. Pacientes que moravam a mais de 20 quilômetros do centro de tratamento também apresentaram maior risco, com a probabilidade de faltar às consultas de acompanhamento aumentando à medida que a distância aumentava.
Os pesquisadores também descobriram que pacientes que receberam tratamentos a laser tinham maior probabilidade de perder o acompanhamento do que aqueles que receberam medicamentos anti-VEGF. Ryan Huang observou que, embora os efeitos dos tratamentos a laser sejam mais duradouros, a falta de acompanhamento pode deixar os pacientes com maior risco de piora da visão posteriormente.
Para pacientes que tiveram o acompanhamento temporariamente interrompido, os resultados mostraram que aqueles que retornaram à clínica para retomar o tratamento após um intervalo apresentaram uma visão significativamente pior. E enquanto os pacientes que receberam tratamentos a laser tiveram sua visão retornando aos níveis pré-tratamento, aqueles tratados com injeções anti-VEGF nunca recuperaram totalmente a visão após reiniciar o acompanhamento.
Além de destacar a importância do acompanhamento no tratamento da retinopatia diabética, os pesquisadores também sugeriram diversas abordagens para evitar que o acompanhamento dos pacientes seja interrompido.
O envio de mensagens de texto e ligações telefônicas automatizadas como lembretes para consultas futuras, a criação de recursos educativos adaptados cultural e linguisticamente aos pacientes e a coordenação de consultas com serviços de transporte para facilitar o acesso de pacientes que moram mais longe podem ser ações eficazes para reduzir a perda de acompanhamento.
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Autores/Pesquisadores Citados
Publicação
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a revista científica JAMA Network Open (em inglês).
Mais Informações
Acesse a notícia original completa na página da Universidade de Toronto (em inglês).
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