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Resumo
Duas moléculas sintéticas apresentaram eficácia anti-inflamatória em testes laboratoriais liderados pela Universidade de Brasília (UnB) em parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Os achados aumentam a expectativa pela produção de fármacos que minimizem as complicações causadas por doenças graves e a necessidade de internações.
As propriedades anti-inflamatórias dos compostos classificados quimicamente como hexahidroimidazopiridinas foram constatadas em modelos celulares e animais que simularam reações presentes no agravamento da COVID-19 e da sepse. Em ambos os casos, os dados indicam a capacidade das moléculas em modular respostas imunológicas, com a redução de danos em tecidos e a melhoria da sobrevida das células.
Uma das respostas animadoras representou a sobrevivência de até 100% de camundongos induzidos a quadros de sepse por lipopolissacarídeos (LPS), substâncias tóxicas encontradas em paredes celulares de algumas bactérias. Esses animais foram protegidos pelas hexahidroimidazopiridinas classificadas como 4B e 4J. Nenhum dos animais desprotegidos teve sobrevida superior a seis dias. Os testes foram aprovados em comitê de ética e seguiram rigorosos padrões laboratoriais.
“Pretendemos, após as análises de toxicidade, entrar em contato com hospitais da rede pública do Distrito Federal (DF) ou com o Hospital Universitário de Brasília (HUB/UnB) para viabilizar o teste clínico 1”, disse o Dr. José Raimundo Corrêa, professor do Instituto de Ciências Biológicas da UnB e coordenador do estudo na UnB, em menção à fase de testes em seres humanos. “Pesquisas adicionais são necessárias para estabelecer a segurança em humanos, mas os resultados até agora são muito animadores”, continuou.
As hexahidroimidazopiridinas derivam das imidazopidirinas, estruturas moleculares que dão nome a um grupo de fármacos de múltiplas aplicações que atuam no sistema nervoso central. O professor José Raimundo Corrêa explicou que a síntese dessas moléculas ocorre a partir de reações químicas relativamente simples.
A Dra. Patrícia Elaine de Almeida, coordenadora da pesquisa na UFJF, destacou que o estudo tem abordagem inovadora e é promissor, entre outros aspectos, por atuar na inibição da citocina TNF-α, mediador químico produzido pelo corpo durante infecções. “Além disso, a pesquisa amplia o conhecimento sobre a modulação do metabolismo lipídico das células hospedeiras em processos inflamatórios, um campo ainda pouco explorado, e muito importante, uma vez que os microrganismos se beneficiam dessa estratégia para sobreviver e causar a doença”, reforçou a professora.
Outra citocina combatida pelas moléculas utilizadas na pesquisa é a IL-6, presente durante processos inflamatórios. Os derivados das imidazopiridinas produzidos na pesquisa evitam que a resposta imune seja ativada em excesso por essas citocinas e simplificam o combate à inflamação.
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