Notícia com publicação científica
Novo método de ressonância magnética pode melhorar diagnóstico de doença hepática
Técnica LiverMultiScan facilita diagnóstico e acompanhamento da doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica
brgfx via Freepik
31 de março de 2025, 13:30

Fonte

Catarina Ribeiro, Universidade de Coimbra

Publicação Original

Universidade de Coimbra

Áreas

Bioengenharia, Biologia, Engenharia Biomédica, Física Médica, Hepatologia, Imagens Médicas, Medicina, Metabolismo, Microbiologia, Patologia, Processamento de Imagens

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Resumo

Um estudo clínico randomizado e controlado envolvendo 802 participantes na Europa mostrou a efetividade da ressonância magnética multiparamétrica com a técnica LiverMultiScan no diagnóstico e monitoramento da doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica.

A tecnologia não-invasiva – que permitiu imagens mais precisas, diagnóstico mais rápido e mostrou boa relação custo-benefício – pode ser uma alternativa para uma nova abordagem às doenças hepáticas, cuja prevalência tem aumentado consideravelmente.

Foco do Estudo

Validar uma nova tecnologia aplicada à ressonância magnética multiparamétrica para melhorar o custo-benefício do diagnóstico e acompanhamento de doenças hepáticas, entre elas a doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica.

Por que é importante?

Um estudo recente mostrou que a prevalência da doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica em adultos nos EUA deve aumentar de 33,7% em 2020 para 41,4% em 2050. Isso significa que cerca de 122 milhões de adultos nos EUA terão a doença em 2050.

O diagnóstico da doença até aqui usa um procedimento invasivo –  a biópsia hepática – e novos procedimentos não-invasivos que reduzam e acelerem o diagnóstico são necessários para melhorar o atendimento em saúde pública.

Estudo

Um estudo clínico multinacional mostrou que a ressonância magnética multiparamétrica em conjunto com uma técnica não-invasiva inovadora pode contribuir para a melhoria do diagnóstico e acompanhamento de doenças do fígado, em particular da doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD, da sigla em inglês) – antes chamada doença hepática gordurosa não alcoólica -, que consiste no excesso de gordura nas células do fígado.

O estudo clínico controlado e randomizado, denominado ‘RADIcAL – Non-invasive rapid assessment of chronic liver disease using Magnetic Resonance Imaging with LiverMultiScan’, foi financiado pela Comissão Europeia.

No estudo, que envolveu 802 participantes adultos da Alemanha, Países Baixos, Portugal e Reino Unido, foi utilizada a LiverMultiScan, uma abordagem não invasiva com biomarcadores para ressonância magnética multiparamétrica, que usa pós-processamento de imagens e permite imagens precisas para diagnóstico e monitorização de doenças crônicas do fígado, como a doença hepática esteatótica, a hepatite autoimune e a hepatite viral.

A tecnologia LiverMultiScan foi desenvolvida pela Perspectum, empresa multinacional especializada no desenvolvimento de tecnologia médica.

Além de pesquisadores da Perspectum, o estudo contou com pesquisadores da University College London (UCL), Ninewells Hospital, Universidade de Southampton, Hospital Universitário Southampton, King’s College Hospital, Hospital Universitário Queen Elizabeth, Glasgow Royal Infirmary, Universidade de Liverpool e Hospital St. George’s, no Reino Unido; do Hospital Universitário Ulm, na Alemanha; da Universidade Leiden, nos Países Baixos, e também da Universidade de Coimbra, em Portugal.

As descobertas mostraram que usar a ressonância magnética [multiparamétrica] é uma alternativa mais segura e indolor que pode ajudar os médicos a diagnosticar mais pessoas com menos consultas, tornando-a uma opção econômica

Pesquisadores envolvidos no estudo

Resultados

A abordagem diagnóstica e de acompanhamento da doença pode trazer vários benefícios tanto para os pacientes como para os sistemas de saúde, uma vez que pode reduzir, por exemplo, o número de biópsias que são realizadas atualmente para diagnosticar a doença, assim como diagnosticar com maior precisão e melhorar o acompanhamento da doença.

Os pesquisadores conseguiram mostrar que a LiverMultiScan é uma tecnologia que melhora as taxas de diagnóstico e que pode evitar biópsias desnecessárias.

A nova abordagem diagnóstica “permite que um procedimento não invasivo evite a realização de biópsia do fígado, com melhoria da relação custo-benefício, permitindo diagnosticar mais pessoas, mais rapidamente e com menos visitas médicas”, destacou o Dr. Miguel Castelo-Branco, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) e um dos coautores do estudo.

Os resultados foram publicados na revista científica Communications Medicine.

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Autores/Pesquisadores Citados

Dr. Miguel Castelo-Branco

Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC)

Instituições Citadas

Publicação

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a revista científica Communications Medicine (em inglês).

Mais Informações

Acesse a notícia original completa na página da Universidade de Coimbra.

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