
Divulgação, Universidade de Auckland
Dispositivo bioeletrônico desenvolvido
Fonte
Jodi Yeats, Universidade de Auckland
Publicação Original
Áreas
Resumo
Em uma parceria entre pesquisadores da Nova Zelândia e da Suécia, foi desenvolvido um novo dispositivo bioeletrônico implantável ultrafino que permite a liberação controlada de impulsos elétricos em local lesionado na medula espinhal.
Em testes em animais, a liberação da corrente elétrica controlada no local da lesão em tratamentos diários foi capaz de restaurar movimentos e a sensibilidade, sem causar inflamação ou outros danos à medula espinhal.
Agora, os pesquisadores continuam estudando as ‘doses’ mais adequadas para otimizar o tratamento, através de possíveis variações de intensidade, frequência e duração da aplicação do campo elétrico.
Foco do Estudo
Por que é importante?
Lesões na medula espinhal interrompem a comunicação entre o cérebro e o corpo, frequentemente resultando em perda de função motora.
“Ao contrário de um corte na pele, que normalmente se cura sozinho, a medula espinhal não se regenera de forma eficaz, tornando essas lesões devastadoras e atualmente incuráveis”, afirmou o Dr. Bruce Harland, pesquisador Universidade de Auckland.
Estudo
Um novo estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, e da Universidade de Tecnologia Chalmers, na Suécia, traz esperança para pacientes que sofrem com lesões na medula espinhal.
Antes do nascimento, e em menor grau depois, os campos elétricos naturais desempenham um papel vital no desenvolvimento inicial do sistema nervoso, estimulando e guiando o crescimento do tecido nervoso ao longo da medula espinhal.
No estudo, os pesquisadores usaram um sistema semelhante de orientação elétrica em laboratório: um dispositivo eletrônico implantável que fornece uma corrente elétrica cuidadosamente controlada no local da lesão restaurou o movimento em animais, aumentando as esperanças de tratamento de lesões na medula espinhal.
“Desenvolvemos um implante ultrafino projetado para ser instalado diretamente na medula espinhal, [que foi] posicionado precisamente sobre o local da lesão em ratos”, explicou o Dr. Bruce Harland, pesquisador sênior da Escola de Farmácia de Universidade de Auckland e pesquisador principal do estudo.
.“O objetivo é estimular a cicatrização para que as pessoas possam recuperar as funções perdidas devido à lesão na medula espinhal”, afirmou o Dr. Darren Svirskis, professor da Faculdade de Farmácia da Universidade de Auckland.
Ao contrário dos humanos, os ratos têm maior capacidade de recuperação espontânea após uma lesão na medula espinhal, o que permitiu aos pesquisadores comparar a cicatrização natural com a cicatrização auxiliada por estimulação elétrica.
O estudo foi publicado na revista científica Nature Communications.
Este estudo oferece uma prova de conceito empolgante, mostrando que o tratamento com campo elétrico pode auxiliar na recuperação após lesão na medula espinhal
Resultados
Após quatro semanas, os animais que receberam tratamento diário com campo elétrico apresentaram melhora nos movimentos em comparação com aqueles que não receberam.
Ao longo do estudo de 12 semanas, os animais responderam mais rapidamente ao toque suave.
“Isso indica que o tratamento promoveu a recuperação tanto do movimento quanto da sensibilidade”, afirmou o Dr. Harland.
“Tão importante quanto isso, nossa análise confirmou que o tratamento não causou inflamação ou outros danos à medula espinhal, demonstrando que não foi apenas eficaz, mas também seguro”, continuou o pesquisador.
O próximo passo é explorar como diferentes ‘doses’, incluindo a intensidade, a frequência e a duração do tratamento, afetam a recuperação, para descobrir o modo mais eficaz para o reparo da medula espinhal.
Em longo prazo, o objetivo é transformar essa tecnologia em um dispositivo médico que possa beneficiar pessoas que convivem com essas lesões na medula espinhal
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Autores/Pesquisadores Citados
Instituições Citadas
Publicação
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Acesse a revista científica Nature Communications (em inglês).
Mais Informações
Acesse a notícia original completa na página da Universidade de Auckland (em inglês).
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