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Julia Rinner, Centro de Comunicação Corporativa da Universidade Técnica de Munique
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Resumo
Com um financiamento do Google.org Accelerator, pesquisadores na Alemanha pretendem desenvolver um novo chatbot que usará Inteligência Artificial e conhecimento baseado em evidências para esclarecer dúvidas de pacientes e profissionais da saúde em relação a tratamentos, efeitos colaterais ou prevenção de cânceres.
A ferramenta oferecerá mais segurança no acesso à informação especializada, evitando as fake news e a disseminação de informações incorretas, tão comuns na internet.
Para pessoas com diagnóstico de câncer, informações compreensíveis e confiáveis são fundamentais, mas muitas vezes difíceis de encontrar. A formulação de diretrizes e orientações médicas costuma ser complexa demais para muitos pacientes.
Atualmente, cerca de dois terços de todos os pacientes com câncer buscam informações on-line sobre sua doença. Ao mesmo tempo, essas pessoas estão expostas a informações falsas, as chamadas fake news.
Especialistas também utilizam recursos digitais com frequência para buscar tratamentos ou informações sobre dosagens corretas de medicamentos e enfrentam os mesmos problemas.
Motivados por este cenário, pesquisadores da Universidade Técnica de Munique (TUM) e do Hospital Universitário da TUM, na Alemanha, vão traduzir conhecimento atualizado e baseado em evidências em respostas compreensíveis e adaptadas às necessidades individuais, através de um chatbot com Inteligência Artificial.
Para o desenvolvimento do chatbot, chamado AIdvice, os pesquisadores receberam um financiamento de US$ 1,5 milhão (cerca de R$ 8,3 milhões ) do Google.org Accelerator.
O chatbot AIdvice combinará um modelo de linguagem de grande porte (LLM) com um banco de dados de conhecimento especialmente desenvolvido que conterá diretrizes relevantes sobre tratamentos contra o câncer.
Em uma fase piloto inicial, planejamos testar o chatbot em um ambiente clínico e expandir gradualmente nosso banco de dados de conhecimento. O objetivo é então implementar o sistema para uso em toda a Alemanha, em clínicas e consultórios médicos de família e, posteriormente, em outros países europeus
Os usuários – sejam pacientes ou especialistas médicos – poderão perguntar ao chatbot sobre qualquer aspecto do câncer, de forma semelhante ao que é feito nos LLMs atualmente. Ao responder as perguntas, no entanto, o chatbot acessará apenas as informações baseadas em evidências contidas no banco de dados. Isso minimizará o risco de ‘alucinações’ da IA, nas quais respostas inventadas, falsas ou enganosas podem ser retornadas.
“Não queremos que o modelo de linguagem apenas forneça respostas. Queremos que elas passem por uma revisão baseada em fatos. O objetivo é que o assistente decomponha cada resposta em afirmações individuais, compare-as com o banco de dados de conhecimento e as vincule às fontes originais. Consequentemente, cada informação pode ser rastreada até a fonte original – por exemplo, uma citação de uma diretriz médica”, afirmou o Dr. Florian Matthes, professor de Engenharia de Software para Sistemas de Informação Empresarial da TUM.
Por um lado, a solução de IA será destinada a pacientes e seus familiares que buscam ajuda com dúvidas sobre temas como tratamentos, efeitos colaterais ou prevenção. Mas também aliviará a carga de trabalho de especialistas médicos, que poderão encontrar conhecimento baseado em evidências mais rapidamente e acessar fontes diretamente.
Durante a fase piloto, os dados dos pacientes serão armazenados em servidores nas clínicas onde estão sendo tratados. Posteriormente, os dados serão armazenados em conformidade com as leis de proteção de dados em servidores na Alemanha que atendem aos requisitos do setor de saúde.
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Autores/Pesquisadores Citados
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Acesse a notícia original completa na página da Universidade Técnica de Munique (em inglês).
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