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Incêndios na Amazônia em 2024 causaram grande impacto ambiental e riscos à saúde pública, inclusive em São Paulo
26 de fevereiro de 2025, 10:50

Fonte

Ligia Gabrielli, Unifesp

Publicação Original

Áreas

Cidades, Engenharia Florestal, Geociências, Geografia, Gestão Ambiental, Monitoramento Ambiental, Qualidade do Ar, Saúde Ambiental, Sensoriamento Remoto

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Resumo

Um estudo liderado pela Dra. Simone Georges El Khouri Miraglia, professora do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas do campus Diadema da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), revelou os impactos sem precedentes dos incêndios florestais ocorridos no Brasil em 2024, que afetaram diretamente a qualidade do ar em São Paulo.

Segundo os pesquisadores, no período crítico entre agosto e setembro de 2024, foi registrado um aumento expressivo nas concentrações de poluentes atmosféricos, com efeitos alarmantes sobre a saúde pública.

O estudo destacou que o nível de material particulado fino (PM2,5) cresceu 144,26%, enquanto as concentrações de dióxido de nitrogênio (NO₂) aumentaram 48,07%. Essas condições atmosféricas desfavoráveis resultaram em um aumento de 3,5% no risco de doenças cardiorrespiratórias, além de internações hospitalares e consultas médicas relacionadas a problemas respiratórios. Os resultados foram publicados na revista científica Air Quality, Atmosphere & Health.

Segundo os pesquisadores, os incêndios de 2024 foram os mais intensos registrados na última década, agravados pelas condições meteorológicas adversas e ventos predominantes do noroeste, que transportaram grandes plumas de fumaça para regiões urbanas. Em São Paulo, a fumaça fez com que, por três dias consecutivos, a cidade registrasse a pior qualidade do ar do mundo, segundo dados do IQAir.

“Esses episódios de poluição reforçam a necessidade urgente de políticas públicas para mitigar os impactos ambientais e proteger a saúde da população”, afirmou a professora Simone Miraglia. Segundo ela, a ausência de sistemas de alerta precoce e a defasagem nas regulamentações dificultam a adoção de medidas preventivas, como a restrição de atividades ao ar livre durante os períodos de alta concentração de poluentes.

O estudo da Unifesp propôs a criação de um sistema de alerta precoce, semelhante ao modelo adotado pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), para monitorar e prever episódios críticos de poluição. Esse tipo de sistema permitiria intervenções mais rápidas por parte das autoridades de saúde, reduzindo a morbidade e a mortalidade associadas à poluição.

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Autores/Pesquisadores Citados

Professora do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas da Unifesp em Diadema

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