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Fruta da Chapada do Araripe pode ser aliada na luta contra superbactérias
8 de outubro de 2025, 14:46

Fonte

Universidade Regional do Cariri

Publicação Original

Áreas

Bacteriologia, Bioquímica, Botânica, Ciência e Tecnologia de Alimentos, Desenvolvimento de Fármacos, Farmacologia, Imunologia, Microbiologia, Produtos Naturais, Toxicologia

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Resumo

O cambuí (Myrciaria pilosa), uma fruta emblemática da região do Cariri, é uma espécie medicinal utilizada para o tratamento de enfermidades ligadas ao trato digestório, a exemplo de diarreias, que podem ser provocadas por bactérias do grupo das Enterobacteriaceae.

Essa relevância etnofarmacológica despertou o interesse de pesquisadores que decidiram investigar o potencial de compostos bioativos presentes na fruta contra superbactérias desse grupo, buscando compreender suas propriedades antimicrobianas e possíveis aplicações terapêuticas.

Os resultados obtidos no estudo realizado no Laboratório de Microbiologia e Biologia Molecular da Universidade Regional do Cariri (URCA), foram bastante animadores. Pesquisadores realizaram experimentos iniciais tanto in vitro quanto in vivo, utilizando o modelo Zebrafish (Danio rerio).

O óleo essencial da Myrciaria pilosa apresentou atividades antibacterianas, antibiofilme e potencializadora de antibióticos contra bactérias multirresistentes.

Mesmo em pequenas doses, os compostos exibiram forte ação antibacteriana, além de não apresentarem toxicidade em organismos modelos mesmo em concentrações elevadas.

Os resultados sugerem que os compostos presentes na planta possuem potencial para futuras aplicações em tratamentos clínicos e no desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas contra infecções bacterianas. Além disso, o estudo abre caminho para pesquisas mais aprofundadas sobre a flora da Chapada do Araripe, envolvendo a URCA e outras instituições nacionais, reforçando a relevância de espécies nativas como fontes promissoras de substâncias medicinais naturais.

A pesquisa foi liderada por Rafael Pereira da Cruz, doutorando da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e egresso do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Biológica e Recursos Naturais da URCA, sob a supervisão da Dra. Márcia Vanusa da Silva, professora da UFPE, e da Dra. Maria Flaviana Bezerra Morais Braga, professora da URCA. Os resultados foram publicados na revista científica Journal of Ethnopharmacology.

A partir de agora, novas pesquisas com foco nos perfis farmacocinéticos e farmacodinâmicos da espécie são fundamentais e devem ser realizadas. Isso significa estudar como o organismo irá  absorver, distribuir, metabolizar e eliminar os compostos, bem como entender como essas substâncias atuam no corpo para combater infecções bacterianas.

Esses novos estudos são essenciais e necessários para garantir que futuras aplicações médicas sejam seguras e eficazes, além de fornecer informações valiosas para o desenvolvimento de novos medicamentos a partir de uma espécie nativa tão promissora.

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Autores/Pesquisadores Citados

Doutorando em Ciências Biológicas na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Professora do Centro de Biociências da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Professora de Ciências Biológicas da Universidade Regional do Cariri (URCA)

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