
Dr. Diego Gomes via Jornal da USP
Strandesia rondoniensis
Fonte
Gabriele Mello e Luiza Caires, Jornal da USP
Publicação Original
Áreas
Resumo
Pesquisadores identificaram uma nova espécie de microcrustáceo, com tamanho médio inferior a 1 mm, que poderia ser usada em laboratório para estudos de ecotoxicologia aquática na Amazônia.
A espécie foi denominada ‘Strandesia rondoniensis’ e foi coletada em Rondônia.
Foco do Estudo
Por que é importante?
Os microcrustáceos têm a importante função de transferir matéria e energia para níveis superiores da cadeia alimentar, como peixes e insetos, se alimentando de detritos presentes no substrato de ambientes aquáticos.
Por isso, sinais de contaminação nessas espécies podem mostrar que os efeitos serão sentidos em toda o ecossistema.
Estudo
Pesquisadores identificaram um novo microcrustáceo da Amazônia brasileira, com potencial para estudos experimentais em laboratório.
A nova espécie – denominada Strandesia rondoniensis – foi coletada na cidade de Porto Velho, em Rondônia, pelo Dr. Diego Gomes, pesquisador da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP), co-orientado pela Dra. Raquel Moreira, professora da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP (FZEA-USP). A taxonomia foi verificada pela Dra. Júlia Pereira e pelo Dr. Ricardo Pinto, ambos da Universidade de Brasília (UnB). A Dra. Odete Rocha, pesquisadora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) , também participou do estudo.
O microcrustáceo, que possui o corpo formado por uma concha de duas partes, vive no substrato de ambientes aquáticos e tem tamanho médio de 771 micrômetros (µm), alta fertilidade em comparação com outras espécies e vive em média 47 dias.
Após a coleta de indivíduos fêmeas, os pesquisadores enfrentaram o desafio do cultivo e manejo do animal.
Características da espécie como rápido crescimento, altas taxas de reprodução e facilidade na manutenção contribuem para uso da espécie como um organismo teste.
Os organismos teste podem ser utilizados por pesquisadores como ferramentas de avaliação dos impactos ambientais causados por diferentes poluentes.
O estudo foi publicado na revista científica Limnologica.
Conhecer todas as espécies de animais [do bioma amazônico] não é algo simples. Então, descrever uma nova espécie representa uma contribuição para a ampliação de conhecimento da biodiversidade desse importante bioma
Resultados
Segundo os pesquisadores, o o Stradesia rondoniensis surgiu a partir de uma convergência evolutiva das espécies de ostrácodes Neostrandesia striata e Bradleytriebella lineata.
Apesar de ter alta similaridade com essas outras espécies em relação à carapaça, o Strandesia rondoniensis possui particularidades que o caracterizam como uma nova espécie. Entre elas, o padrão de ornamentação de sua carapaça que é reticulado (semelhante à uma rede), enquanto o das outras espécies é estriado.
Agora, os pesquisadores têm como objetivo utilizar a espécie como um organismo modelo. Para isso, continuam as pesquisas sobre a capacidade do Strandesia rondoniensis de refletir os impactos de contaminação por compostos tóxicos sobre os organismos vivos, área chamada de ecotoxicologia aquática.
Na Amazônia, hoje, não existe nenhum organismo teste padronizado para estudos ecotoxicológicos
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Autores/Pesquisadores Citados
Instituições Citadas
Publicação
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a revista científica Limnologica (em inglês).
Mais Informações
Acesse a notícia original completa na página do Jornal da USP.
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