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Estudo avança rumo às primeiras terapias experimentais contra doença genética ultrarrara

Fonte

Universidade de Bolonha

Publicação Original

Áreas

Bioinformática, Biologia, Farmacologia, Genética, Genômica, Microbiologia, Neurologia

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Resumo

Pesquisadores estão avançando nos esforços de desenvolvimento de uma estratégia farmacológica eficaz contra a Leucodistrofia Autossômica Dominante (ADLD), uma doença genética ultrarrara que afeta aproximadamente trinta famílias em todo o mundo e para a qual atualmente não há cura definitiva.

A Universidade de Bolonha, na Itália, juntamente com o Instituto de Ciências Neurológicas de Bolonha (ISNB), está no centro de estudos internacionais sobre a doença.

A ADLD é uma doença neurodegenerativa rara e progressiva que afeta o sistema nervoso central, causando perda de substância branca. Os principais sintomas incluem distúrbios do movimento, como ataxia; disfunção autonômica, como incontinência; pressão arterial baixa e problemas intestinais, além de comprometimento cognitivo leve em estágios avançados.

A doença geralmente se inicia entre os 30 e 50 anos de idade. A ADLD é uma doença autossômica dominante causada por uma alteração no gene LMNB1, que leva à superexpressão da proteína Lamin b1.

Essa alteração pode resultar da duplicação gênica ou da deleção de seus reguladores; em ambos os casos, ocorre um excesso de Lamin b1, comprometendo a estrutura do núcleo e a manutenção da mielina. Atualmente, os pacientes são tratados por meio de abordagens clínicas multidisciplinares que visam o controle dos sintomas e a melhoria da qualidade de vida, mas ainda não foi desenvolvido um tratamento capaz de combater a doença.

Os mecanismos moleculares subjacentes à DALC vêm sendo estudados há algum tempo no Laboratório de Transdução de Sinais do Departamento de Ciências Biomédicas e Neuromotoras da Universidade de Bolonha, liderado pelo professor Stefano Ratti. O laboratório recebeu recentemente financiamento para desenvolver modelos celulares avançados específicos para cada paciente.

“Graças aos estudos conduzidos nos últimos anos em sinergia com todo o grupo de pesquisa italiano, agora é possível avançar para ensaios clínicos com tratamentos direcionados”, explicou o Professor Stefano  Ratti.

O grupo de pesquisa italiano envolve diversas universidades, incluindo a Universidade de Bolonha, Universidade de Trento, Universidade de Pavia, Universidade de Turim e Universidade de Gênova, que colaboram há anos na coleta de dados clínicos e no desenvolvimento de novos modelos experimentais e abordagens terapêuticas, juntamente com o Instituto Coreano de Pesquisa do Cérebro (KBRI), na Coreia do Sul, e a Clínica Mayo, nos EUA.

Ao mesmo tempo, o primeiro ensaio clínico foi conduzido na Clínica Mayo, nos EUA, utilizando uma terapia com oligonucleotídeos antisense para tentar corrigir o excesso de proteína Lamin b1 em um paciente com TDAH.

O objetivo de ambas as linhas de pesquisa pré-clínicas é reduzir os níveis de proteína Lamin b1, restaurando-os aos níveis fisiológicos.

Essas vias terapêuticas foram possíveis graças a duas publicações científicas recentes, que marcaram um passo decisivo na compreensão da doença: as diretrizes clínicas internacionais para diagnóstico e tratamento da Leucodistrofia Autossômica Dominante – publicadas na revista científica Neurology Genetics –  e um estudo sobre variantes estruturais no locus LMNB1 e os mecanismos fisiopatológicos relacionados – publicado na revista científica Annals of Neurology.

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Autores/Pesquisadores Citados

Professor do Departamento de Ciências Biomédicas e Neuromotoras da Universidade de Bolonha

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