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Universidade de Roma Sapienza
Publicação Original
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Resumo
Pesquisadores realizaram um estudo experimental em pacientes com doença de Parkinson para investigar a influência da levodopa na rigidez muscular.
Os 18 pacientes participantes do estudo foram submetidos a avaliações clínicas e instrumentais do tônus muscular em dois estados farmacológicos distintos.
Os pesquisadores concluíram que a levodopa melhorou as pontuações clínicas de rigidez e as medições biomecânicas mostraram que a levodopa reduziu os componentes totais e neurais da força, mas não teve efeito sobre componentes viscoelásticos.
Foco do Estudo
Por que é importante?
Juntamente com a bradicinesia – a lentidão dos movimentos voluntários -, tremores, desequilíbrio e alterações na fala e na escrita, a rigidez muscular é outro sintoma importante da doença de Parkinson. No Brasil, estima-se que cerca de 200 mil pessoas tenham a doença.
Do ponto de vista farmacológico, a levodopa ainda representa o tratamento mais eficaz para o controle dos sinais motores da doença. Entretanto, até o momento, não há estudos que tenham avaliado e esclarecido objetivamente o efeito da terapia dopaminérgica na rigidez muscular em pacientes com doença de Parkinson.
Estudo
Para esclarecer o efeito da levodopa na rigidez muscular em pacientes com a doença de Parkinson, um grupo de pesquisadores usou uma abordagem experimental inovadora que combina instrumentação robótica e medições neurofisiológicas não invasivas.
A abordagem metodológica permitiu reconstruir com precisão os mecanismos subjacentes à rigidez muscular, permitindo descrever com mais precisão as bases fisiopatológicas da rigidez muscular na doença de Parkinson.
O estudo, publicado na revista científica Movement Disorders, foi liderado pelo Dr. Antonio Suppa, professor e pesquisador da Universidade de Roma Sapienza, na Itália, e contou com a participação de pesquisadores do IRCCS Neuromed e da Universidade de Roma Tor Vergata, também na Itália; da University College London, no Reino Unido e também do Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrame dos Institutos Nacionais de Saúde (NINDS/NIH) dos EUA.
Para investigar a eficácia do tratamento, os sinais e sintomas motores da doença nos pacientes participantes do estudo foram avaliados tanto no estado farmacológico OFF (pelo menos 12 horas após a última ingestão da dose habitual de levodopa) quanto no estado farmacológico ON (pelo menos 1 a 2 horas após tomarem o medicamento).
Dezoito pacientes com doença de Parkinson foram submetidos a avaliações clínicas e instrumentais do tônus muscular nos estados OFF e ON.
Demonstramos que a rigidez muscular depende de um reflexo específico, chamado reflexo de estiramento de longa latência (LLR), que se encontra alterado em pacientes com doença de Parkinson. Foi demonstrado que a levodopa reduz significativamente esta anomalia restaurando padrões de ativação mais fisiológicos
Resultados
Um resultado importante da pesquisa foi que a levodopa melhorou as pontuações clínicas de rigidez. As medições biomecânicas mostraram que a levodopa reduziu os componentes totais e neurais da força, mas não teve efeito sobre componentes viscoelásticos.
A levodopa reduziu a dependência da velocidade dos reflexos de alongamento de longa latência (LLRs), mas não afetou os reflexos de alongamento de curta latência (SLRs).
Os pesquisadores encontraram correlações clínicas-instrumentais significativas entre as alterações induzidas pela levodopa e as medidas biomecânicas e neurofisiológicas de rigidez objetiva na doença de Parkinson.
Com base nas descobertas, os pesquisadores então formularam hipóteses e descreveram um novo circuito nervoso responsável pela rigidez na doença de Parkinson que conecta o tronco cerebral, o cerebelo e a medula espinhal. Esse circuito é influenciado pela dopamina e pode ser o ponto de partida para novas terapias.
A pesquisa sobre rigidez muscular ainda está em andamento e é um dos principais tópicos de estudo no novo ‘Laboratório de Neurologia Experimental, Neuroengenharia e Telemedicina’ da Universidade de Roma Sapienza.
Ao demonstrar de forma objetiva e detalhada os mecanismos pelos quais a levodopa atua e pelos quais o medicamento é capaz de reduzir a rigidez muscular em pacientes, o estudo representa uma importante referência científica sobre o tema.
Além disso, a identificação do possível circuito neural subjacente à rigidez muscular suscetível à estimulação dopaminérgica abre caminhos para novas terapias.
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Autores/Pesquisadores Citados
Publicação
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
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