
Fonte
Agência FAPESP e Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF)
Publicação Original
Áreas
Resumo
Três estudos recentes destacaram a importância dos impactos de diferentes metais combinados sobre a saúde de organismos marinhos.
Os pesquisadores destacaram que, mesmo que isoladamente os metais sejam encontrados em níveis abaixo daqueles permitidos, a interação entre eles pode causar impactos severos no ecossistema.
Foco do Estudo
Por que é importante?
É importante estudar os impactos de metais combinados em ambientes aquáticos uma vez que podem ser diferentes de seus impactos isoladamente.
Os pesquisadores lembram que as microalgas são organismos muito sensíveis a contaminantes e estão na base da cadeia trófica, fazendo com que qualquer dano a elas possa atingir níveis tróficos mais altos.
Estudo
Pesquisadores vinculados ao Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – têm investigado o impacto de diferentes tipos de metais em organismos marinhos. Parte dos resultados foi divulgada em três artigos recentemente publicados.
Primeiro estudo
Na revista científica Marine Pollution Bulletin foi descrito um estudo que avaliou a ocorrência de sinergia em 21 misturas binárias dos metais arsênio, cádmio, cobre, ferro, mercúrio, chumbo e zinco e o efeito de cada mistura em colônias de Proales similis, uma espécie animal aquática e microscópica que compõe o chamado zooplâncton.
Segundo estudo
Outro estudo, publicado na revista científica Chemosphere, avaliou a toxicidade de nanopartículas de tungstato de zinco numa espécie de microalga, a Raphidocelis subcapitata.
Trata-se, possivelmente, do primeiro trabalho sobre a toxicidade desse material semicondutor em um organismo eucarioto (cujas células apresentam núcleo delimitado por membrana).
Terceiro estudo
A microalga do segundo estudo também aparece em artigo publicado na revista científica Ecotoxicology. O estudo investigou o efeito dos metais cobalto e níquel sobre o organismo marinho.
Nossos estudos podem ajudar a proteger melhor os ecossistemas aquáticos
Resultados
Primeiro estudo: revista Marine Pollution Bulletin
A pesquisa identificou sinergismos em 20 das 21 misturas em uma das análises (conduzida com o modelo denominado TU50) e em 13 das 21 misturas em outra análise feita com a ferramenta (MIXTOX), mais robusta e complexa para interpretação dos dados de misturas de compostos.
Os resultados apontam para a importância de uma revisão dos limites legais de presença de cada metal na água, uma vez que o sinergismo amplia seus efeitos, mesmo que cada metal esteja em concentração menor do que os limites estabelecidos.
Segundo estudo: revista Chemosphere
Os resultados indicaram que o tungstato de zinco é tóxico para a microalga Raphidocelis subcapitata, causando especialmente inibição de crescimento.
Isso reforça a necessidade de monitoramento da presença desse material – utilizado inclusive para remediação ambiental – em ambientes aquáticos.
Terceiro estudo: revista Ecotoxicology
Os resultados demonstraram que, sozinhos, ambos os metais (cobalto e níquel) alteraram o metabolismo da microalga.
Misturados, apresentaram efeitos sinérgicos, quando a composição era de uma dose baixa de níquel e uma dose alta de cobalto, e efeitos antagônicos, quando a composição trazia muito níquel e pouco cobalto.
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Instituições Citadas
Publicação
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a revista científica Marine Pollution Bulletin (em inglês).
Mais Informações
Acesse o resumo do artigo publicado na revista Chemosphere (em inglês).
Acesse o resumo do artigo publicado na revista Ecotoxicology (em inglês).
Acesse a notícia original completa publicada na Agência FAPESP.
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Faculdade de Saúde Pública da USP