
Fonte
Rhiannon Koch, Universidade de Adelaide
Publicação Original
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Resumo
Pesquisadores analisaram 24 estudos internacionais sobre resultados de intervenções alimentares com foco em diminuir o emagrecimento extremo e a desnutrição infantil em crianças em países de baixa e média renda.
Apesar de constatarem o potencial de alguns suplementos nutricionais sobre a desnutrição infantil, os pesquisadores destacaram que os resultados alcançados ainda têm um efeito limitado em relação à meta para manter a prevalência global do emagrecimento infantil extremo abaixo de 5%.
Foco do Estudo
Por que é importante?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o emagrecimento extremo – ou emaciação, na linguagem médica – como uma perda excessiva e involuntária de peso, geralmente mais de 10% do peso inicial num período de um ano, ou mais de 5% num período de 6 meses, acompanhada de febre, diarreia crônica e fraqueza. Essa condição também pode ser caracterizada pela redução de massa muscular e baixa ingestão de alimentos.
A desnutrição contribuiu para 12,6% da mortalidade global em crianças menores de 5 anos, e 16,6 milhões de crianças sofriam de desnutrição aguda grave em 2018.
A emaciação está associada a um maior risco de morte se não for tratada adequadamente.
Estudo
Especialistas em saúde pública da Universidade de Adelaide, na Austrália, em colaboração com pesquisadores da Universidade de Sydney, também na Austrália, e da Universidade Aga Khan, no Paquistão, avaliaram o impacto de intervenções alimentares direcionadas a bebês e crianças sobre a redução da desnutrição em países de baixa e média renda.
“Apesar de diversas intervenções, a prevalência global do emagrecimento infantil extremo tem diminuído lentamente, com apenas 19% dos países no caminho certo para atingir as metas da Assembleia Mundial da Saúde de 2025 de manter a prevalência de emagrecimento abaixo de 5%”, afirmou a Dra. Zohra Lassi, professora da Escola de Saúde Pública da Universidade de Adelaide e autora principal do estudo.
“A emaciação pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo a desnutrição materna, que pode contribuir para o baixo peso ao nascer e a prematuridade”, explicou a professora Zohra Lassi.
“Outros fatores podem incluir práticas inadequadas de alimentação de bebês e crianças pequenas, acesso limitado a cuidados de saúde, fome e insegurança alimentar, além de ambientes insalubres. A emaciação também está associada a doenças infecciosas, amplificando os riscos de mortalidade por condições como diarreia e pneumonia”, continuou a professora.
Os pesquisadores revisaram 24 estudos internacionais para explorar o efeito de diferentes intervenções ou suplementos alimentares sobre a desnutrição infantil.
Os primeiros 1.000 dias, desde a concepção até a primeira infância, são cruciais. Há apenas uma pequena janela de oportunidade para estabelecer uma base para a saúde e o desenvolvimento ao longo da vida
Resultados
“Intervenções como suplementação nutricional materna e infantil comunitária, promoção do aleitamento materno e educação nutricional infantil para bebês em países de baixa e média renda são promissoras na redução dos riscos da emaciação”, disse a professora Lassi.
“Descobrimos que bebês e crianças que receberam suplementos nutricionais à base de lipídios (como Plumpy’doz) apresentaram redução significativa no emagrecimento e melhorias significativas no peso para a idade, circunferência do braço e prevalência de baixo peso, além de reduções significativas na mortalidade”, destacou a Dra. Zohra Lassi.
“Nossa revisão também constatou que o fornecimento de suplementação alimentar fortificada (como a Mistura de Milho e Soja ++ (CSB++) e a Mistura de Trigo e Soja ++ (WSB++)) para crianças de até 6 a 18 meses de idade, bem como o fornecimento de suplementos às mães, melhorou o crescimento e reduziu a prevalência da emaciação em 49%”, concluiu a professora.
A revisão sistemática foi publicada na revista científica Nutrition Reviews.
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Autores/Pesquisadores Citados
Instituições Citadas
Publicação
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Acesse a revista científica Nutrition Reviews (em inglês).
Mais Informações
Acesse a notícia original completa na página da Universidade de Adelaide (em inglês).
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