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Assessoria de Comunicação e Imprensa da FMUSP
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Resumo
Estudo lançado pelo Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI) e conduzido por pesquisadoras da Faculdade de Medicina da USP e da Universidade Harvard analisou os efeitos da crise climática – que já se faz presente na forma de eventos extremos – sobre crianças com até seis anos de idade.
Os números mostram que os eventos climáticos já afetam a cognição e o aprendizado das crianças, podendo comprometer sua saúde e seu desenvolvimento.
As pesquisadoras alertam para a necessidade de considerar as crianças pequenas no centro das estratégias de enfrentamento, com orçamento específico e atuação conjunta entre áreas como saúde, educação, urbanismo e assistência social.
Mais de 40 milhões de crianças e adolescentes no Brasil estão expostas a pelo menos um tipo de risco climático. Entre elas, 1,1 milhão convivem com a escassez de água.
Esses são alguns dos números alarmantes do estudo ‘A primeira infância no centro do enfrentamento da crise climática’, lançado recentemente pelo Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI).
O estudo foi conduzido pela Dra. Alicia Matijasevich, professora do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), e por Gabriela Dominicci, doutoranda em Saúde Pública pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da USP (EERP-USP). Também assinam o documento a fisioterapeuta Manuella Fantauzzi Franco, mestra em Saúde Coletiva pela USP, e a Dra. Marcia Castro, professora do Departamento de Saúde Global e População da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos EUA.
O material reúne evidências científicas sobre os impactos das mudanças climáticas na saúde e no desenvolvimento de crianças de zero a seis anos, e propõe caminhos para políticas públicas mais integradas e equitativas
O estudo mostra que crianças nascidas em 2020 viverão, em média, 6,8 vezes mais ondas de calor do que aquelas nascidas em 1960, além de enfrentar mais secas, inundações, incêndios florestais e perdas agrícolas.
Esses eventos extremos aumentam os casos de desnutrição, doenças respiratórias e infecções, afetam o aprendizado e o bem-estar emocional e comprometem o vínculo com os cuidadores, etapa decisiva para o desenvolvimento pleno.
Em 2024, por exemplo, mais de 1,18 milhão de crianças e adolescentes tiveram aulas suspensas no Brasil por causa de enchentes, escancarando a fragilidade das infraestruturas diante da nova realidade ambiental.
Com base nessas evidências, o estudo recomenda ações concretas como climatização de escolas, ampliação do atendimento de saúde mental infantil, fortalecimento da atenção primária e da segurança alimentar, além da criação de espaços verdes e seguros para o brincar.
A publicação reforça que qualquer resposta à crise climática precisa colocar as crianças pequenas no centro das estratégias, com orçamento específico e atuação conjunta entre áreas como saúde, educação, urbanismo e assistência social.
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Autores/Pesquisadores Citados
Mais Informações
Acesse o estudo ‘A primeira infância no centro do enfrentamento da crise climática’.
Acesse a notícia original completa na página da Faculdade de Medicina da USP.
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