Notícia com publicação científica
Melhor conectividade oceânica aumenta populações de peixes de recife
Movimento e troca de água entre diferentes partes do oceano tem influência fundamental na abundância de peixes no Oceano Índico Ocidental

jadhav vikram via Wikimedia Commons

Peixes em recife de coral

25 de outubro de 2024, 10:42

Fonte

Universidade de Oxford

Publicação Original

Universidade de Oxford

Áreas

Biologia, Ciência Ambiental, Ecologia, Monitoramento Ambiental, Oceanografia, Pesca, Saúde Ambiental, Segurança Alimentar, Zoologia

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Resumo

Pesquisadores descobriram que a conectividade do oceano tem influência fundamental na abundância de peixes em recifes de corais do Oceano Índico Ocidental.

Foi desenvolvida uma métrica sobre a conectividade oceanográfica para simplificar modelos oceanográficos complexos, permitindo a incorporação desse elemento em modelos ecológicos.

Além da conectividade oceanográfica, a temperatura da superfície do mar e os níveis de clorofila ajudam a prever fortemente a distribuição e abundância de espécies de peixes em todos os níveis da cadeia alimentar.

Foco do Estudo

Avaliar fatores importantes que influenciam a abundância e biodiversidade de peixes em recifes de corais do Oceano Índico Ocidental

Por que é importante?

Enquanto as temperaturas da superfície do mar estão aumentando ao redor do mundo, as temperaturas no Oceano Índico estão aumentando mais rápido do que em outros oceanos tropicais — e é uma das regiões oceânicas mais vulneráveis ​​ao estresse térmico.

Por outro lado, a biodiversidade de peixes é essencial para a resiliência dos recifes de corais e uma característica fundamental no ecossistema marinho.

Estudo

Pesquisadores descobriram que a conectividade oceanográfica – ou seja, o movimento e a troca de água entre diferentes partes do oceano – tem influência fundamental na abundância de peixes no Oceano Índico Ocidental.

Os pesquisadores desenvolveram uma métrica sobre a conectividade oceanográfica para simplificar modelos oceanográficos complexos, permitindo a incorporação desse elemento em modelos ecológicos.

Normalmente, nos locais de estudo dos recifes, níveis médios de conectividade foram associados, até então, a mais abundância de peixes, em vez de níveis altos. A alta conectividade pode ajudar na dispersão de larvas, mas pode ter efeitos colaterais, como exposição mais forte a ondas ou maior dispersão de poluentes ou espécies invasoras.

No estudo, a conectividade impactou particularmente os grupos de peixes herbívoros de recife, que são mais críticos para a resiliência dos recifes de corais, fornecendo evidências de que os tomadores de decisão devem incorporar a conectividade do oceano na forma como priorizam as áreas de conservação.

O estudo foi uma colaboração entre pesquisadores da Universidade de Oxford; do Centro Nacional de Oceanografia em Southampton e do Instituto de Zoologia em Londres, no Reino Unido; da ONG Coastal Oceans Research and Development in the Indian Ocean (CORDIO) em Mombasa, no Quênia, e do Programa de Ciências Marinhas da Fundação Bertarelli.

O estudo foi publicado na revista científica ICES Journal of Marine Sciences.

Foi impressionante que os peixes herbívoros — que são essenciais para a resiliência dos recifes — foram fortemente impactados pela conectividade oceânica. A priorização eficiente da área de conservação deve incluir conectividade para tomada de decisões sobre o gerenciamento de áreas marinhas protegidas através das fronteiras dos países. Isso é particularmente relevante na região WIO [do Oceano Índico Ocidental] sob pressão humana, onde o branqueamento é previsto na maioria dos recifes de corais até meados do século, mesmo em cenários otimistas de mudanças climáticas

Dra. Laura Warmuth, professora do Departamento de Biologia da Universidade de Oxford

Resultados

Além da conectividade oceanográfica, a temperatura da superfície do mar e os níveis de clorofila ajudam a prever fortemente a distribuição e abundância de espécies de peixes em todos os níveis da cadeia alimentar no Oceano Índico Ocidental.

As comunidades costeiras são altamente dependentes dos recifes para segurança alimentar, com pescarias em pequena escala fornecendo até 99% da ingestão de proteínas e cerca de 82% da renda familiar naquela região.

Lar de algumas das comunidades mais pobres do mundo e com rápido crescimento populacional, os moradores locais correm um risco cada vez maior devido às mudanças climáticas, que tem o potencial de devastar recifes com sucessivos branqueamentos de corais.

É realmente imperativo que os tomadores de decisão responsáveis ​​pelo planejamento marinho entendam como os padrões oceânicos e os fatores ambientais afetam os peixes de recife em toda a cadeia alimentar. Nosso trabalho enfatiza o quão crucial é esse elo entre as correntes oceânicas e a ecologia dos peixes para entender o impacto mais amplo das mudanças ambientais e regulamentações de pesca em sistemas sensíveis de peixes de recife de corais

Dr. Michael Bonsall, professor do Departamento de Biologia da Universidade de Oxford

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Autores/Pesquisadores Citados

Dra. Laura Warmuth

Professora do Departamento de Biologia da Universidade de Oxford

Dr. Michael Bonsall

Professor do Departamento de Biologia da Universidade de Oxford

Instituições Citadas

Publicação

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a revista científica ICES Journal of Marine Sciences (em inglês).

Mais Informações

Acesse a notícia original completa na página da Universidade de Oxford (em inglês).

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