
Fonte
Anna Björklund, Instituto Karolinska
Publicação Original
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Resumo
Pesquisadores acompanharam os resultados de 599 pacientes com prolapso da válvula mitral submetidos a cirurgia cardíaca na Suécia entre 2010 e 2022, sendo que 16% desses pacientes apresentavam disjunção do anel mitral (DAM).
Mesmo após a cirurgia, os pacientes com DAM apresentaram um risco três vezes maior de arritmias ventriculares em comparação com pacientes sem DAM pré-operatória.
Os pesquisadores estão estudando hipóteses sobre o que justificaria o maior risco de arritmias mesmo após a cirurgia corretiva.
Foco do Estudo
Por que é importante?
A disjunção do anel mitral é uma anormalidade cardíaca na qual ocorre um deslocamento superior do anel valvar em relação ao miocárdio ventricular esquerdo.
Nos últimos anos, a condição tem sido associada a um risco aumentado de arritmias cardíacas graves. A condição é mais comum em mulheres e pacientes mais jovens com distúrbios valvares e pode, no pior dos casos, levar à parada cardíaca súbita.
Até o momento, não se sabia se o risco de arritmias desapareceria se a disjunção do anel mitral fosse corrigida cirurgicamente.
Estudo
Um novo estudo liderado pelo Instituto Karolinska e pelo Hospital Universitário Karolinska, na Suécia, mostrou que pessoas com uma anormalidade na válvula cardíaca conhecida como disjunção do anel mitral (DAM) apresentam maior risco de distúrbios graves do ritmo cardíaco, mesmo após cirurgia valvar bem-sucedida.
Também participaram do estudo pesquisadores da Universidade de Oslo e do Hospital Universitário de Oslo, na Noruega; do Hospital Presbiteriano de Nova York e do St. Francis Hospital & Heart Center, nos EUA.
A DAM é frequentemente associada a uma doença cardíaca chamada prolapso da válvula mitral, que afeta 2,5% da população e causa vazamento em uma das válvulas cardíacas, o que pode resultar em insuficiência cardíaca e arritmias. A doença pode causar sintomas como falta de ar e palpitações.
No estudo, os pesquisadores investigaram o risco de arritmias cardíacas em 599 pacientes com prolapso da válvula mitral submetidos a cirurgia cardíaca no Hospital Universitário Karolinska entre 2010 e 2022, com 16% dos pacientes apresentando DAM.
Os participantes do estudo que também apresentavam DAM eram principalmente do sexo feminino e, em média, oito anos mais jovens do que os pacientes sem DAM.
Conseguimos demonstrar que pessoas com DAM apresentam um risco significativamente maior de sofrer arritmias ventriculares, um tipo perigoso de distúrbio do ritmo cardíaco que, no pior dos casos, pode levar à parada cardíaca em um subconjunto de pacientes
Resultados
Em cinco anos de acompanhamento depois de cirurgia bem-sucedida para a correção do problema valvar, os pacientes com DAM apresentaram um risco três vezes maior de arritmias ventriculares em comparação com pacientes sem DAM pré-operatória.
“Nossos resultados mostraram que é importante monitorar de perto os pacientes com essa condição, mesmo após uma cirurgia bem-sucedida”, afirmou a Dra. Bahira Shahim, professora do Departamento de Medicina do Instituto Karolinska e cardiologista do Hospital Universitário Karolinska.
Os resultados foram publicados na revista científica European Heart Journal.
Os pesquisadores levantaram novas hipóteses sobre o que causaria o maior risco de arritmias mesmo após a cirurgia corretiva. Uma hipótese é que a DAM causa alterações permanentes no músculo cardíaco ao longo do tempo. Outra é que a DAM é um sinal de uma doença subjacente do músculo cardíaco.
Atualmente, os pesquisadores continuam estudando a formação de cicatrizes no coração por meio de ressonância magnética (RM) e analisando amostras do músculo cardíaco.
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Autores/Pesquisadores Citados
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Publicação
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