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Comunicação cérebro-corpo: plaquetas influenciam aprendizado e memória do medo
14 de março de 2025, 15:47

Fonte

Universidade de Roma Sapienza

Publicação Original

Áreas

Fisiologia, Gastroenterologia, Hematologia, Neurociências, Neurologia, Psiquiatria

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Resumo

Além do papel fundamental que as plaquetas desempenham na coagulação do sangue e no processo de hemostasia, estudos recentes mostraram que elas também desempenham outras funções importantes. Embora o papel das plaquetas no sistema imunológico seja conhecido, como elas atuam na modulação das interações neurológicas é um aspecto ainda pouco estudado.

As plaquetas influenciam o comportamento de alguma forma? Esta foi a questão de pesquisa de um estudo coordenado pela Dra. Cristina Limatola, professora do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da Universidade de Roma Sapienza, na Itália, e publicado recentemente na revista científica Cell Reports. O estudo também teve a participação do Dr. Roberto Piacentini, professor da Universidade Católica del Sacro Cuore em Roma.

No estudo, os pesquisadores identificaram as plaquetas como um elemento-chave na comunicação cérebro-corpo, capaz de ativar mecanismos que influenciam a memória e o comportamento.

Essa função se justifica porque as plaquetas armazenam serotonina, um neurotransmissor produzido principalmente no sistema nervoso e no trato gastrointestinal. Como é sabido, a serotonina regula o humor, influencia algumas funções biológicas como o sono e o apetite, e também tem efeito nos processos de aprendizagem e memorização.

Considerando que as plaquetas contêm a maior parte da serotonina em nosso corpo, é fácil entender por que estão envolvidas na regulação das respostas neuroimunes.

O estudo mostrou que a redução ou alteração do número de plaquetas em modelos de camundongos também reduziu a quantidade de serotonina no cérebro, o que teve um efeito no comportamento relacionado ao medo nos camundongos.

Os pesquisadores observaram que a redução de serotonina no cérebro foi um fator capaz de bloquear a atividade de neurônios inibitórios, causando uma formação alterada da memória e o surgimento de respostas de medo mesmo na presença de estímulos inofensivos.

O estudo também demonstrou que a redução de serotonina no cérebro decorre de um mecanismo que é regulado por células específicas, as células NK (Natural Killers). Essas são as células que induzem a produção de serotonina no trato gastrointestinal, determinando assim a carga transportada pelas plaquetas por todo o corpo.

“Nosso estudo acrescenta um novo elemento à compreensão dos mecanismos pelos quais o cérebro se comunica e recebe informações do corpo, definindo um novo mecanismo de comunicação entre as células do sistema imunológico, as plaquetas e o eixo intestino-cérebro para a manutenção da homeostase cerebral”, concluiu a professora Cristina Limatola.

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Autores/Pesquisadores Citados

Professora do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da Universidade de Roma Sapienza
Professor da Universidade Católica del Sacro Cuore em Roma

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