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Erika Svantesson, Universidade Lund
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Resumo
Um novo estudo acompanhou, durante 10 anos, 750 mulheres com idade a partir dos 25 anos, para compreender melhor os efeitos da gravidez e da amamentação sobre a saúde óssea, especialmente em relação à densidade óssea.
Os pesquisadores observaram que a gravidez – única ou múltipla – não prejudicou a densidade óssea das mulheres, e a amamentação reduziu em até 7% a densidade óssea até um curto período após o final da amamentação.
Mas, após um período de dois anos depois de amamentar, os pesquisadores observaram a recuperação completa da densidade óssea, que até aumentou, em alguns casos.
Os cientistas sugerem que a compreensão dos mecanismos envolvidos nessa recuperação da densidade óssea pode inclusive ajudar no desenvolvimento de novos fármacos mais potentes contra a osteoporose.
Foco do Estudo
Estudo
Tanto a amamentação quanto a gravidez exigem grandes quantidades de cálcio. Atentos a essa condição, pesquisadores da Universidade Lund e do Hospital Universitário de Skåne, na Suécia, realizaram um estudo para compreender melhor como o ciclo reprodutivo afeta a densidade óssea das mulheres.
O estudo, publicado na revista científica Journal of Bone and Mineral Research, acompanhou 750 mulheres durante um período de dez anos para investigar o efeito da gravidez e da amamentação sobre a saúde óssea.
As participantes tinham 25 anos quando o estudo começou –idade em que a densidade óssea normalmente é mais alta. Dez anos depois, os dados foram coletados: Quantas haviam engravidado e tido filhos? Em caso afirmativo, quantos filhos? Os filhos foram amamentados e, em caso afirmativo, por quanto tempo?
“Os participantes preencheram um formulário extenso e parte da pesquisa abordou a saúde reprodutiva. Também coletamos informações relacionadas ao estilo de vida, como atividade física, consumo de álcool, tabagismo e IMC”, afirmou a Dra. Lisa Egund, médica sênior do Departamento de Ortopedia do Hospital Universitário de Skåne.
O estudo é único neste aspecto. Estudos anteriores mediram a densidade óssea por um curto período após o parto ou após um longo período, várias décadas depois. Nosso estudo, que em termos internacionais é muito maior, preenche uma lacuna de conhecimento sobre o efeito da gravidez e da amamentação sobre o esqueleto de mulheres jovens. Isso permitirá comparações futuras
Resultados
Com certa surpresa, os pesquisadores observaram que a gravidez – única ou múltipla – não prejudicou a densidade óssea das mulheres. Pouco tempo após a gravidez, uma pequena diferença pôde ser observada, mas entre as mulheres que não engravidaram novamente por três anos, essa diferença deixou de ser evidente.
No entanto, entre as mulheres que amamentaram, ficou claro que o esqueleto foi afetado: “Nos casos em que haviam se passado seis meses ou menos desde o término da amamentação, observamos uma diferença na densidade óssea de 7%, o que, neste contexto, é bastante significativo”, comentou a Dra. Lisa Egund.
Mas a densidade óssea se recuperou com o tempo: após dois anos do final da amamentação, a densidade óssea ficou até ligeiramente maior do que antes da amamentação.
Os pesquisadores mediram a densidade óssea em todo o esqueleto, mas foi nos quadris que a maior redução foi observada. No entanto, os ortopedistas enfatizam que a redução não é sentida e não acarreta risco de fratura de quadril.
“Se entendermos esses mecanismos, podemos usar esse conhecimento para desenvolver medicamentos mais potentes contra a osteoporose. Também esperamos, é claro, que os resultados tenham um efeito positivo nas escolhas das mulheres em relação à amamentação”, destacou a Dra. Kristina Åkesson, professora de Ortopedia da Universidade Lund.
O próximo passo neste estudo de longo prazo é observar o que acontece com as mesmas mulheres ao longo dos próximos dez anos, dos 35 aos 45 anos de idade.
Acreditamos que a recuperação do esqueleto seja a mesma durante esse período [dos 35 aos 45 anos de idade]. O esqueleto tem uma capacidade fantástica de se remineralizar
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Autores/Pesquisadores Citados
Instituições Citadas
Publicação
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a revista científica Journal of Bone and Mineral Research (em inglês).
Mais Informações
Acesse a notícia original completa na página da Universidade Lund (em inglês).
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