
Divulgação, Medusoil
Erosão.
Fonte
Sandrine Perroud, EPFL
Publicação Original
Áreas
Resumo
O processo de biocimentação depende da secreção por microrganismos de uma enzima que desencadeia a formação de carbonato, que então se liga ao cálcio do solo para formar calcita, um cimento natural
Pesquisadores analisaram 50 cepas de bactérias provenientes de terras agrícolas na Suíça, e identificaram quais cepas naturais produzem a enzima necessária para a formação de carbonato e podem ser fermentadas.
A pesquisa estabelece as bases para a produção escalável de precipitação de calcita induzida por micróbios, capaz de atender às demandas de projetos de construção civil e geoambientais.
Foco do Estudo
Estudo
Um estudo recente examinou a eficácia de cepas bacterianas ambientais para a produção de biocimento. O Dr. Dimitrios Terzis, autor principal do estudo, é cientista sênior da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), na Suíça, e cofundador da Medusoil, uma empresa que produz ligantes orgânicos semelhantes ao biocimento.
No estudo, publicado na revista Scientific Reports, o Dr. Terzis trabalhou em conjunto com cientistas da Universidade de Ciências Aplicadas e Artes do Sul da Suíça para analisar 50 cepas de bactérias provenientes de terras agrícolas no cantão de Ticino. Essas terras são usadas para pastagem de gado leiteiro e se mostraram adequadas para a produção do biocimento da Medusoil devido à presença amplamente disponível de cálcio.
A produção de biocimento depende da estimulação de um processo natural: a secreção por microrganismos de uma enzima que desencadeia a formação de carbonato, que então se liga ao cálcio amplamente presente no solo para formar calcita, um cimento natural.
Este trabalho apresenta descobertas em várias escalas sobre a aplicação da precipitação de calcita induzida por micróbios (MICP). Começando pela própria fonte da via metabólica implicada na MICP, ou seja, microrganismos ureolíticos, o trabalho lança luz sobre o desempenho ureolítico de microrganismos naturais
Resultados
O estudo identificou quais cepas naturais produzem a enzima necessária para a formação de carbonato e podem ser fermentadas – dois fatores que as tornam as principais candidatas para a produção de biocimento.
Os cientistas criaram uma cultura da cepa mais promissora, que foi inoculada em uma coluna de areia de 1,5 metro de altura. Após 24 horas de infiltração, a coluna estava forte o suficiente para sustentar seu peso e ser usada em uma variedade de aplicações de engenharia geotécnica e geoambientais, como em casos de erosão. Os cientistas também descobriram que o uso dessa cepa poderia reduzir os custos de produção em 40%.
O biocimento pode ser usado em uma série de aplicações geotécnicas e de construção, como reforçar barragens, evitar erosão do solo pelo vento e ajudar a proteger áreas sujeitas a deslizamentos de terra, terremotos ou cargas cíclicas induzidas pelo tráfego rodoviário e ferroviário.
Para testar mais uma aplicação, o biocimento da empresa foi usado em um projeto em Genebra para recuperar agregados de concreto de edifícios demolidos. E como o biocimento pode ser empregado várias vezes, ele contribui com a economia circular.
No estudo, os autores observaram que o processo de biocimentação natural pode ser aplicado em larga escala e pode ajudar a impulsionar uma mudança de paradigma em direção à sustentabilidade na indústria da construção civil.
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Autores/Pesquisadores Citados
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Publicação
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