
Fonte
Alison Hewitt, Universidade da Califórnia em Los Angeles
Publicação Original
Áreas
Resumo
Com base em dados climáticos existentes e projetados por modelos climáticos e modelagem matemática, pesquisadores estimaram um aumento na frequência e duração das ondas de calor de acordo com o aumento do aquecimento global.
De acordo com uma análise estatística de dados históricos e projetados de temperatura global, com base em simulações de modelos climáticos, os pesquisadores verificaram que as ondas de calor de longa duração devem aumentar de forma não linear com o aumento da temperatura.
Agora, são necessárias mais pesquisas para avaliar como as ondas de calor mais longas afetarão variáveis como a umidade do solo e o risco de incêndios florestais, entre outros efeitos importantes.
Foco do Estudo
Estudo
Uma nova pesquisa constatou que as mudanças climáticas não apenas tornarão as ondas de calor mais quentes e longas, mas também que a duração das ondas de calor será acelerada a cada fração adicional de aquecimento.
No estudo, publicado na revista científica Nature Geoscience, pesquisadores descobriram que as ondas de calor mais longas sofrerão a maior aceleração, e a frequência das ondas de calor mais extremas aumentará. A maior duração de uma onda de calor agrava o risco para pessoas, animais, agricultura e ecossistemas.
O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), Universidade Stanford e Universidade Estadual de Portland, nos EUA, e Universidade Adolfo Ibañez, no Chile.
Os pesquisadores consideraram a análise estatística de dados históricos e projetados de temperatura global, com base em simulações de modelos climáticos, para verificar que as ondas de calor de longa duração devem aumentar de forma não linear com o aumento da temperatura.
Ao incorporar variáveis em modelos climáticos que consideram como a temperatura de cada dia influencia a temperatura do dia seguinte, os pesquisadores detectaram a aceleração das ondas de calor em nível global.
O modelo matemático desenvolvido tem a flexibilidade de analisar uma região ou obter uma visão mais ampla analisando múltiplas regiões como um todo, afirmou o Dr. David Neelin, professor de Ciências Atmosféricas e Oceânicas, cientista do clima da UCLA e autor sênior do estudo.
Ao levar em consideração a variação natural das temperaturas em cada local, descobrimos que as tendências observadas recentemente na duração das ondas de calor já seguem um padrão semelhante de aceleração previsto por modelos climáticos
Resultados
“Cada fração de grau de aquecimento terá mais impacto do que a anterior”, disse o Dr. David Neelin. “A aceleração significa que, se a taxa de aquecimento permanecer a mesma, a nossa adaptação terá que ser cada vez mais rápida, especialmente para as ondas de calor mais extremas, que estão mudando mais rapidamente”.
“Descobrimos que as ondas de calor mais longas e raras [até então] em cada região – aquelas com duração de semanas – são as que apresentam os maiores aumentos de frequência”, disse o Dr. Cristian Martinez Villalobos, professor de Engenharia e Ciências da Universidade Adolfo Ibáñez e autor principal do estudo.
O Sudeste Asiático e as regiões equatoriais da América do Sul e da África provavelmente sofrerão alguns dos maiores impactos. A pesquisa projetou que ondas de calor na África equatorial com duração superior a 35 dias ocorreriam 60 vezes mais frequentemente no futuro próximo (incluindo de 2020 a 2044) em comparação com o passado recente (de 1990 a 2014).
Pesquisas futuras precisarão avaliar como as ondas de calor mais longas afetarão variáveis como a umidade do solo e o risco de incêndios florestais, o que, por sua vez, ajudará a embasar adaptações cruciais para o planejamento agrícola, estratégias do setor de serviços públicos e planejamento urbano.
Os impactos em regiões tropicais tendem a ser maiores do que em regiões temperadas, e as ondas de calor no inverno sofrerão menos alterações do que no verão
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Autores/Pesquisadores Citados
Publicação
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