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Anvisa aprova relatório de segurança e autoriza continuidade de estudo clínico com terapia celular CAR-T
14 de dezembro de 2024, 11:42

Fonte

Beatriz Haddad e Moisés Dorado, Jornal da USP, com informações da Assessoria de Imprensa do Centro de Terapia Celular (CTC) da USP

Publicação Original

Áreas

Bioinformática, Biologia, Estudo Clínico, Farmacovigilância, Imunologia, Imunoterapia, Microbiologia, Terapia Celular

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Resumo

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o relatório de segurança da primeira fase do estudo clínico Carthedrall, com a Terapia Celular CAR-T produzida no Hemocentro de Ribeirão Preto em parceria com o Instituto Butantan, e autorizou a progressão do estudo.

A terapia com as células CAR-T consiste na modificação genética das células do sistema imune chamadas linfócitos, que circulam pela corrente sanguínea. Esses linfócitos são ‘treinados’ em laboratório para reconhecerem um determinado alvo, e depois devolvidos na corrente sanguínea dos pacientes.

O estudo clínico Carthedrall visa tratar 81 pessoas com leucemia linfoide aguda de células B (LLA) ou linfoma não Hodgkin de células B refratários (quando o câncer não responde mais à terapia ou regressa de forma muito rápida), em cinco centros de referência brasileiros. O objetivo é verificar a segurança e eficácia das células CAR-T.

Na etapa inicial, os pacientes foram recrutados e tratados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HC-FMRP).

Segundo o Dr. Diego Villa Clé, coordenador do Núcleo de Terapia Avançada (Nutera) do Hemocentro de Ribeirão Preto e pesquisador principal do estudo Carthedrall, “todos os pacientes tratados demonstraram resposta às células CAR-T, e o procedimento foi seguro. Não houve nenhum efeito colateral grave”.

A aprovação da Anvisa e liberação para a segunda fase do estudo permite que os centros parceiros – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP), Hospital Beneficência Portuguesa (BP), Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (HC-Unicamp) – também possam recrutar e tratar pacientes a partir de janeiro de 2025.

A meta é oferecer futuramente a terapia de forma gratuita no SUS. O Dr. Rodrigo Calado, diretor-presidente do Hemocentro de Ribeirão Preto e professor titular de Hematologia da FMRP, explicou que existem hoje tratamentos com as células CAR-T comercialmente no Brasil, mas que possuem um custo alto. “O nosso trabalho é fazer uma tecnologia completamente nacional para que esse tratamento seja acessível a todos os pacientes atendidos pelo SUS”, concluiu o professor Rodrigo Calado.

Em suas publicações, o Portal SciAdvances tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal SciAdvances tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas. 

Autores/Pesquisadores Citados

Coordenador do Núcleo de Terapia Avançada (Nutera) do Hemocentro de Ribeirão Preto
Diretor-presidente do Hemocentro de Ribeirão Preto

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