
Fonte
Universidade de Bristol
Publicação Original
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Resumo
Com base em dados genéticos de mais de cinco milhões de pessoas, uma equipe internacional de mais de 600 pesquisadores criou uma medida chamada Escore de Risco Poligênico (PGS), que está associada de forma confiável à obesidade na idade adulta e apresenta padrões consistentes e indicativos na primeira infância.
As descobertas podem ajudar a identificar crianças e adolescentes com maior risco genético de desenvolver obesidade na vida adulta, que poderiam se beneficiar de estratégias preventivas direcionadas e precoces, como intervenções no estilo de vida.
Foco do Estudo
Estudo
Um estudo internacional que envolveu mais de 600 pesquisadores usou dados genéticos de mais de cinco milhões de pessoas para criar uma medida quantitativa – o chamado Escore de Risco Poligênico (PGS) – que pode predizer o risco de obesidade na vida adulta ainda quando a pessoa está na primeira infância.
A partir da identificação do risco genético, podem então ser adotadas medidas preventivas precoces para evitar a obesidade ou o sobrepeso na vida adulta, que, segundo a Federação Internacional de Obesidade, devem afetar mais da metade da população do planeta até 2035.
“O que torna o escore tão poderoso é a consistência das associações entre o escore genético e o índice de massa corporal antes dos cinco anos de idade e até a idade adulta – um período que começa bem antes de outros fatores de risco começarem a moldar o peso mais tarde na infância. Intervir neste ponto poderia, teoricamente, ter um enorme impacto”, disse o Dr. Roelof Smit, professor da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, e principal autor do estudo publicado na revista científica Nature Medicine.
As variações sutis nos genomas das pessoas podem ter um impacto real na saúde quando combinadas. Milhares de variantes genéticas foram identificadas e aumentam o risco de obesidade: por exemplo, variantes que atuam no cérebro e influenciam o apetite.
O escore PGS é como uma calculadora que combina os efeitos das diferentes variantes de risco que uma pessoa tem e fornece uma pontuação geral. O PGS foi capaz de explicar quase um quinto (17%) da variação do índice de massa corporal de uma pessoa – muito maior do que em estudos anteriores.
Para criar esse escore, os cientistas utilizaram o maior e mais diverso conjunto de dados genéticos existente – incluindo dados genéticos do consórcio Genetic Investigation of ANthropometric Traits (GIANT) e da empresa de testes de DNA, 23andMe.
Tivemos o prazer de contribuir com dados do estudo ‘Children of the 90s’ para esta pesquisa excepcional sobre a arquitetura genética da obesidade. Esperamos que este trabalho contribua para a detecção de indivíduos com alto risco de desenvolver obesidade em idade mais precoce, o que poderá ter um vasto impacto clínico e na saúde pública no futuro
Resultados
Os pesquisadores testaram o escore usando conjuntos de dados das características físicas e genéticas de mais de 500.000 pessoas, incluindo dados de IMC monitorados ao longo do tempo a partir do estudo Children of the 90s. Eles descobriram que o PGS foi duas vezes mais eficaz que o melhor método anterior na previsão do risco de uma pessoa desenvolver obesidade.
“A obesidade é um importante problema de saúde pública, com muitos fatores contribuindo para seu desenvolvimento, incluindo genética, ambiente, estilo de vida e comportamento. Esses fatores provavelmente variam ao longo da vida de uma pessoa, e acreditamos que alguns deles se originam na infância”, destacou a Dra. Kaitlin Wade, professora de Epidemiologia da Universidade de Bristol, no Reino Unido, e coautora do artigo.
A equipe de pesquisa também investigou a relação entre o risco genético de obesidade de uma pessoa e o impacto de intervenções de perda de peso relacionadas ao estilo de vida, como dieta e exercícios. Os pesquisadores descobriram que pessoas com maior risco genético de obesidade são mais responsivas às intervenções, mas também recuperam o peso mais rapidamente após o término das intervenções.
Apesar da ampla base de dados, o novo escore tem suas limitações. Por exemplo, a análise genética apresentou resultados muito melhores na previsão da obesidade em pessoas com ascendência europeia do que em pessoas com ascendência africana. Isso mostra a necessidade de desenvolver mais estudos que possam ter um espectro de análise mais amplo.
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Autores/Pesquisadores Citados
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