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Anna Hellgren, Universidade Lund
Publicação Original
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Resumo
Com base em dados clínicos de 170.000 adultos do Reino Unido, Holanda e Alemanha, pesquisadores aplicaram um algoritmo de Inteligência Artificial (IA) para ajudar a classificar como a obesidade está envolvida com o risco de doenças crônicas, como o diabetes e doenças cardiovasculares.
O novo algoritmo revelou subtipos de obesidade previamente desconhecidos que aumentam o risco de desenvolver diabetes tipo 2 e doenças cardíacas.
Foco do Estudo
Por que é importante?
A obesidade é uma doença crônica complexa e recorrente definida pelo acúmulo anormal e/ou excessivo de gordura que apresenta um risco à saúde.
De acordo com a OMS, estima-se que pelo menos 2,8 milhões de pessoas morram de complicações da obesidade a cada ano.
A obesidade em adultos mais que dobrou desde 1990 e, em 2022, a OMS estimou que 890 milhões de adultos tinham obesidade.
A obesidade é uma causa comum de diabetes, doenças cardíacas e morte precoce, mas o risco difere muito de uma pessoa para outra.
Estudo
Com a finalidade de identificar os diferentes níveis de risco que a obesidade pode trazer para o desenvolvimento de diabetes e doenças cardiovasculares, pesquisadores desenvolveram um novo algoritmo de predição de risco clínico que divide a obesidade em cinco perfis diagnósticos separados. Cada um dos perfis tem diferentes consequências para a saúde e requisitos de tratamento.
O estudo foi liderado por pesquisadores da Universidade Lund, na Suécia, e contou com a participação de pesquisadores da Universidade Maastricht, do Centro Médico da Universidade Erasmus e do Centro Médico da Universidade de Utrecht, nos Países Baixos; da Universidade Johannes Gutenberg em Mainz, na Alemanha; da Universidade de Lille, na França; da Universidade George Washington e da Escola de Saúde Pública de Harvard, nos EUA; da Universidade Livre de Bruxelas, na Bélgica; da Universidade de Girona, na Espanha; da University College Dublin, na Irlanda; da Universidade Exeter e Universidade de Dundee, no Reino Unido, e das indústrias farmacêuticas Boehringer-Ingelheim Pharma e Novo Nordisk.
A pesquisa se concentrou em dados clínicos de 170.000 adultos do Reino Unido, Holanda e Alemanha, de onde foram coletadas informações clínicas detalhadas.
Nós, como médicos, enfrentamos um grande desafio ao determinar quem com obesidade tem maior probabilidade de desenvolver complicações e quem priorizar para tratamento. A medicina de precisão, impulsionando avanços na previsão, prevenção, diagnóstico e tratamento de muitas doenças, pode ajudar a enfrentar esses desafios
Resultados
Com os dados coletados, os pesquisadores usaram um algoritmo de aprendizado de máquina que divide a obesidade em cinco perfis de diagnóstico separados, com diferentes riscos de desenvolver complicações.
O novo algoritmo revelou subtipos de obesidade previamente desconhecidos que aumentam o risco de desenvolver diabetes tipo 2 e doenças cardíacas.
“A quantidade de gordura ou açúcar no sangue de uma pessoa, por exemplo, pode ser muito maior ou menor do que você esperaria ao considerar apenas seu peso corporal, o que, por sua vez, afeta o risco de complicações de obesidade da pessoa”, disse o Dr. Daniel Coral, pesquisador do Centro de Diabetes da Universidade Lund e autor principal do artigo. “Isso não é percebido pelas ferramentas de previsão clínica padrão, o que significa que cerca de 1 em cada 5 pessoas que podem precisar de intervenções precoces são ignoradas. O algoritmo que desenvolvemos pode ajudar médicos e pacientes no futuro”, explicou o Dr. Daniel Coral.
A obesidade é comum e heterogênea, o que significa que os riscos à saúde que uma pessoa com obesidade enfrenta podem diferir substancialmente daqueles enfrentados por outra pessoa com obesidade. Descobrir quem tem os maiores riscos à saúde é importante porque isso pode levar a uma prevenção e tratamento mais precisos, exatos e oportunos
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Autores/Pesquisadores Citados
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