
Fonte
Universidade Queen Mary de Londres
Publicação Original
Áreas
Resumo
Com foco na identificação de doenças raras do ponto de vista genômico, uma pesquisa multicêntrica desenvolveu uma nova estrutura analítica que viabiliza a análise da carga genética de variantes raras.
Partindo dos registros genéticos de mais de 70.000 pessoas do projeto ‘100.000 Genomas’, os pesquisadores identificaram variantes genéticas em 69 genes até então desconhecidos por associação com doenças raras, incluindo formas raras de diabetes, esquizofrenia, epilepsia, doença de Charcot-Marie-Tooth (CMT) e anormalidades oculares do segmento anterior.
Foco do Estudo
Por que é importante?
Doenças raras afetam coletivamente entre 4% e 6% dos indivíduos no mundo todo.
Apesar dos avanços nos testes genéticos, a falta de evidências sobre as variações genéticas que podem levar às doenças faz com que até 80% das pessoas com uma doença rara permaneçam sem diagnóstico, mesmo após o sequenciamento genômico.
Estudo
Uma equipe internacional de pesquisadores liderada pelo professor Dr. Damian Smedley, pela Dra. Valentina Cipriani e pela Dra. Letizia Vestito, pesquisadores da Universidade Queen Mary de Londres, no Reino Unido, desenvolveu uma estrutura analítica para identificar as causas genéticas de doenças mendelianas – aquelas causadas por alterações em um único gene – por meio da análise da carga genética de variantes raras.
Os pesquisadores aplicaram a nova estrutura analítica em registros genéticos de 34.851 pessoas e seus familiares (72.690 genomas no total) do Projeto 100.000 Genomas, que mapeou os genomas de pessoas afetadas por doenças raras e câncer.
O estudo, publicado na revista científica Nature, identificou variantes genéticas em 69 genes até então desconhecidos por estarem associados a doenças raras. Em 30 desses casos, as novas descobertas genéticas foram apoiadas por evidências experimentais existentes, confirmando a precisão da nova abordagem.
As evidências genéticas e experimentais gerais mais fortes apoiaram as variantes genéticas recentemente descobertas para formas raras de diabetes, esquizofrenia, epilepsia, doença de Charcot-Marie-Tooth (CMT) e anormalidades oculares do segmento anterior.
Além da Universidade Queen Mary de Londres, participaram do estudo pesquisadores da University College London (UCL), Universidade de Londres, Universidade Newcastle, Universidade de Bristol, Universidade de Cambridge, Universidade de Exeter, Universidade de Oxford, Universidade de Manchester, Universidade Sheffield, Imperial College de Londres e Instituto de Pesquisa de Câncer de Londres, no Reino Unido; do Royal College of Surgeons, na Irlanda; da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica; da Universidade de Montreal, no Canadá; do UMC Utrecht, nos Países Baixos; da Universidade Charles em Praga, na República Tcheca e do Hospital Charité em Berlim, na Alemanha.
Para muitos pacientes com doenças raras, receber um diagnóstico é o primeiro passo crucial para o tratamento e o cuidado adequados. Ao descobrir novas associações entre doenças e genes, nosso estudo visa causar um impacto transformador, oferecendo esperança e benefícios tangíveis aos pacientes com doenças raras e suas famílias
Resultados
“Ao tornar nossa estrutura analítica abertamente disponível e para uso genérico além dos dados do estudo, pretendemos facilitar sua aplicação global em conjuntos de dados de doenças raras, acelerando a descoberta de genes de doenças e diagnósticos moleculares em todo o mundo”, destacou a Dra. Valentina Cipriani, professora de Genômica Estatística na Universidade Queen Mary University de Londres.
“Os dados do Projeto 100.000 Genomas forneceram uma oportunidade única de mostrar o impacto clínico de abordagens estatísticas em larga escala em doenças raras para descobrir novas associações e encerrar a odisseia diagnóstica para muitos pacientes com doenças raras e suas famílias”, concluiu o Dr. Damian Smedley, professor de Genômica Computacional na Universidade Queen Mary de Londres e autor sênior do estudo.
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Autores/Pesquisadores Citados
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