
National Cancer Institute (NCI/NIH) Visuals Online
Tomossíntese mamária (mamografia 3D) da projeção craniocaudal esquerda
Fonte
Rhiannon Koch, Universidade de Adelaide
Publicação Original
Áreas
Resumo
Cientistas continuam desenvolvendo ferramentas baseadas em Inteligência Artificial para a detecção precoce do câncer de mama.
Características em uma mamografia que indicariam um alto risco de desenvolver câncer de mama podem ser não identificáveis pela análise humana em estágios iniciais, mas os algoritmos poderiam identificá-las facilmente.
Neste sentido, uma equipe de pesquisadores na Austrália publicou um artigo recentemente que destaca a importância desses recursos tecnológicos na identificação de outras características mamográficas que também seriam preditores de câncer de mama, e que completam o cenário de análise da densidade mamográfica.
Foco do Estudo
Por que é importante?
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, com aproximadamente 2,3 milhões de casos novos estimados em 2022. É também a causa mais frequente de morte por câncer nessa população.
Ainda segundo o INCA, no Brasil, o câncer de mama é também o tipo de câncer mais incidente em mulheres de todas as Regiões, após o câncer de pele não melanoma. As taxas são mais elevadas nas Regiões mais desenvolvidas (Sul e Sudeste) e a menor é observada na Região Norte. Em 2024, estima-se 73.610 casos novos da doença.
Como em quase todas as doenças, a detecção precoce pode salvar vidas e tornar o tratamento mais efetivo. Neste sentido, a mamografia é um exame fundamental para a detecção precoce do câncer de mama, pois permite identificar tumores não palpáveis ou mesmo avaliar riscos.
Para além da análise humana realizada por radiologistas, recursos tecnológicos, como a Inteligência Artificial, estão sendo cada vez mais usados para identificar modificações iniciais nas imagens, que passariam desapercebidas na análise humana.
Estudo
Um novo artigo, publicado na revista científica Trends in Cancer, explorou como a Inteligência Artificial (IA) pode ajudar os médicos a identificar melhor características em uma mamografia que indicariam um alto risco de desenvolver câncer de mama.
Na publicação, os pesquisadores discutiram como a IA está melhorando a previsão de risco associado à densidade mamográfica e moldando o futuro das estratégias de triagem e redução de risco para o câncer de mama.
A Dra. Wendy Ingman, professora da Escola de Medicina da Universidade de Adelaide, foi a autora principal da publicação, em colaboração com especialistas da Universidade de Tecnologia de Queensland (QUT), Universidade de Melbourne, Centro de Câncer Peter MacCallum, Universidade Monash e Universidade da Austrália Ocidental, todas instituições da Austrália.
Os padrões ‘claro-escuro’ em uma mamografia são estudados há muito tempo como densidade mamográfica da mama, que é um fator de risco conhecido para câncer de mama.
É dentro desses padrões de densidade mamográfica que a IA está encontrando novas características mamográficas que podem ser usadas para identificar as mulheres com maior risco de um futuro diagnóstico de câncer de mama.
“Os métodos de IA agora estão descobrindo características mamográficas que são preditores mais fortes do risco de câncer de mama do que qualquer outro fator de risco conhecido”, disse a Dra. Wendy Ingman.
O Dr. Rik Thompson, professor e pesquisador de câncer de mama e líder do Centro de Genômica e Saúde Personalizada e da Escola de Ciências Biomédicas da QUT, foi o autor sênior do estudo.
A inteligência artificial está nos permitindo mergulhar profundamente nas informações inerentes a uma mamografia e identificar novas características associadas a um risco maior de um futuro diagnóstico de câncer de mama
Resultados
“Há um número crescente de estudos da Austrália e do exterior sugerindo que as características mamográficas geradas por IA são indicativas de malignidade precoce, indetectáveis por radiologistas, mas também podem representar condições benignas como a hiperplasia ductal atípica, que está associada a um risco aumentado de câncer de mama”, disse o professor Rik Thompson.
“Certas características mamográficas podem ser áreas de alta atividade oncogênica que aumentam a chance de desenvolvimento de câncer. Criticamente, precisamos identificar a patobiologia associada às características mamográficas e os mecanismos subjacentes que as vinculam à oncogênese do câncer de mama”, destacou o pesquisador.
A professora Dra. Helen Frazer, radiologista que lidera estudos que investigam o uso de pontuações de risco geradas por IA dentro do programa BreastScreen Victoria, na Austrália, disse que a pesquisa neste sentido pode criar novas oportunidades para melhorar o rastreamento do câncer de mama, adaptado para atender às necessidades individuais.
Deste modo, a IA pode oferecer uma análise complementar importante. Mas a professora Wendy Ingman destacou que a densidade mamográfica ainda é uma medida valiosa de risco no momento de uma mamografia.
“A IA está nos permitindo refinar a densidade mamográfica como um fator de risco e aprimorar características específicas em uma mamografia que são preditores de risco mais fortes, no entanto, a alta densidade mamográfica continua sendo um fator de risco significativo para câncer de mama”, disse a professora.
“Mais informações sobre a densidade mamográfica da mama podem ser encontradas no site InforMD que nossa equipe de pesquisa desenvolveu para ajudar a desmistificar esse fator de risco para câncer de mama”, concluiu a pesquisadora.
O uso da IA pode nos ajudar a identificar as mulheres com maior risco de desenvolver câncer de mama no futuro e ser um passo à frente na personalização do rastreamento para melhor atender ao indivíduo e melhorar os resultados
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Autores/Pesquisadores Citados
Instituições Citadas
Publicação
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a revista científica Trends in Cancer (em inglês).
Mais Informações
Acesse o site InforMD sobre densidade mamográfica (em inglês).
Acesse a notícia original completa na página da Universidade de Adelaide (em inglês).
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Instituto de Tecnologia de Massachusetts