
Maya Lab via Shutterstock
Fonte
Candy Gibson, UniSA Austrália
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Resumo
Em um estudo laboratorial em condições rigorosamente controladas, 32 idosos foram monitorados (16 idosos com insônia e 16 com sono saudável) durante 24 horas de repouso na cama, em estado de vigília, para avaliação da atividade cognitiva e sua relação com o ritmo circadiano.
O estudo, liderado por pesquisadores da Austrália, é o primeiro a mapear como a atividade cognitiva flutua ao longo do dia em indivíduos com insônia crônica.
Os resultados mostraram que os picos cognitivos das pessoas com insônia foram atrasados em cerca de seis horas e meia em relação às pessoas não insones.
As descobertas sugerem que abordagens personalizadas que considerem fatores circadianos e cognitivos podem ajudar contra a insônia.
Foco do Estudo
Estudo
Pesquisadores encontraram evidências convincentes de que a insônia pode estar ligada a alterações no ritmo natural de 24 horas (ritmo circadiano) da atividade mental do cérebro, esclarecendo por que algumas pessoas têm dificuldade em ‘desligar’ à noite.
Publicado na revista científica Sleep Medicine, o estudo liderado por pesquisadores da Universidade da Austrália Meridional (UniSA Austrália) – em colaboração com pesquisadores da Universidade Flinders, também na Austrália, e da Universidade Estadual de Washington, nos EUA – é o primeiro a mapear como a atividade cognitiva flutua ao longo do dia em indivíduos com insônia crônica, em comparação com pessoas saudáveis.
A insônia afeta cerca de 10% da população e até 33% dos adultos mais velhos, com muitos relatando uma mente hiperativa ou ‘acelerada’ à noite.
Embora isso já tenha sido associado à hiperativação cognitiva, ainda não estava claro de onde esses padrões mentais se originavam.
Os pesquisadores examinaram se a incapacidade de reduzir a atividade mental à noite – uma característica da insônia – reflete anormalidades subjacentes no ritmo circadiano.
Em condições laboratoriais rigorosamente controladas, 32 idosos foram monitorados (16 idosos com insônia e 16 com sono saudável) durante 24 horas de repouso na cama, em estado de vigília.
Essa abordagem eliminou estímulos ambientais e comportamentais, permitindo que os cientistas isolassem os ritmos internos do cérebro.
Os participantes permaneceram acordados em uma sala com pouca luz, na cama, com alimentação e atividades cuidadosamente controladas. Eles preencheram listas de verificação a cada hora, com avaliações da atividade mental.
Dormir não se resume a fechar os olhos. Trata-se do cérebro se desligar do pensamento direcionado a objetivos e do envolvimento emocional. Nosso estudo mostrou que, na insônia, esse desligamento é atenuado e atrasado, provavelmente devido a anormalidades no ritmo circadiano. Isso significa que o cérebro não recebe sinais fortes para ‘desligar’ à noite
Resultados
Tanto os indivíduos com sono saudável quanto aqueles com insônia apresentaram padrões circadianos claros na atividade mental, com picos à tarde e quedas no início da manhã. No entanto, várias diferenças importantes surgiram no grupo com insônia.
“Ao contrário dos indivíduos com sono saudável, cujo estado cognitivo mudava previsivelmente da resolução de problemas durante o dia para o relaxamento noturno, aqueles com insônia não conseguiram reduzir o ritmo circadiano com a mesma intensidade. Seus padrões de pensamento permaneceram mais diurnos durante as horas da noite, quando o cérebro deveria estar relaxando”, explicou o Dr. Kurt Lushington, professor da UniSA Austrália.
Os picos cognitivos das pessoas com insônia foram atrasados em cerca de seis horas e meia, sugerindo que seus relógios biológicos podem estimular o pensamento alerta até altas horas da noite.
A Dra. Jill Dorrian, professora da UniSA e coautora do estudo, afirmou que as descobertas destacam novas possibilidades de tratamento para pessoas com insônia, como intervenções que fortalecem os ritmos circadianos.
“Essas intervenções incluem exposição à luz em horários específicos e rotinas diárias estruturadas que podem restaurar a variação natural entre o dia e a noite nos padrões de pensamento”, explicou a professora.
Os pesquisadores afirmaram que os tratamentos atuais geralmente se concentram em estratégias comportamentais, mas essas descobertas sugerem que abordagens personalizadas que considerem fatores circadianos e cognitivos podem ajudar contra a insônia.
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Autores/Pesquisadores Citados
Publicação
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a revista científica Sleep Medicine (em inglês).
Mais Informações
Acesse a notícia original completa na página da Universidade da Austrália Meridional (em inglês).
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