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Betty Zou, Universidade de Toronto
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Resumo
Pesquisadores conseguiram identificar, pela primeira vez, um vírus bacteriófago que ataca a bactéria Legionella pneumophila, que causa a doença dos legionários.
O vírus pode infectar a Legionella pneumophila e inibir o crescimento da bactéria em macrófagos humanos.
O estudo abre caminho para que a terapia fágica possa ser, em um futuro próximo, usada para combater a pneumonia grave causada pela bactéria.
Foco do Estudo
Por que é importante?
A doença dos legionários é uma pneumonia grave causada pela bactéria Legionella, que pode ser contraída pela inalação de gotículas de água contaminada como, por exemplo, proveniente de sistemas de ar condicionado.
Os sintomas incluem tosse, febre e dor de cabeça, podendo evoluir para diarreia, dor muscular, confusão mental e dificuldade respiratória.
Estudo
Recentemente, pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, fizeram a primeira descoberta de um vírus que infecta a Legionella pneumophila, a bactéria causadora da doença dos legionários.
As descobertas, publicadas na revista Science Advances, abrem caminho para o uso de vírus bacterianos – também conhecidos como bacteriófagos ou fagos – para tratar infecções por Legionella.
Além de isolar o novo fago, denominado LME-1, os pesquisadores também demonstraram que ele poderia infectar a Legionella pneumophila e inibir o crescimento da bactéria em macrófagos humanos, as células imunes onde essas bactérias normalmente residem.
O LME-1 foi identificado por uma equipe liderada pelo Dr. Alexander Ensminger, professor de Bioquímica e Genética Molecular na Faculdade de Medicina da Universidade de Toronto, e pela Dra. Beth Nicholson, pesquisadora da Universidade de Toronto.
Encontrar o primeiro fago para Legionella abre caminho para que um dia possamos usar fagos para controlar a Legionella. Ainda está longe, mas pelo menos é uma possibilidade agora
Resultados
Os pesquisadores se interessaram em encontrar fagos de Legionella quando descobriram que muitos isolados de Legionella continham sistemas CRISPR-Cas ativos, que são sistemas imunológicos bacterianos para defesa contra vírus.
O avanço veio quando a Dra. Beth Nicholson tentou usar a resistência a antibióticos para induzir as bactérias a começarem a produzir o que ela esperava serem fagos LME-1, uma ideia inspirada em dados do Dr. Chitong Rao, que concluiu seu doutorado em Genética Molecular na Universidade de Toronto.
Então, os pesquisadores conseguiram detectar a produção de proteínas fágicas nas bactérias e começaram a ver partículas virais em um microscópio eletrônico.
A Dra. Beth Nicholson está agora focada em criar uma cepa ‘indefesa’ da bactéria para encontrar outros fagos que infectam a Legionella, alguns dos quais podem ser bons candidatos para uso em terapia fágica.
“Nosso estudo também serve como um alerta de que, com a terapia fágica, precisamos entender a relação entre o fago e a bactéria antes de implementá-la, porque, em alguns casos, a resistência ao fago pode tornar a bactéria mais prejudicial aos humanos”, concluiu o Dr. Alexander Ensminger.
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