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Estudo mostra proteção vacinal contra a febre paratifoide
4 de novembro de 2025, 18:52

Fonte

Universidade de Oxford

Publicação Original

Áreas

Bacteriologia, Biologia, Biomedicina, Biotecnologia, Desenvolvimento de Fármacos, Entrega de Medicamentos, Estudo Clínico, Farmacologia, Farmácia Clínica, Imunologia, Indústria Farmacêutica, Microbiologia, Toxicologia, Vacinas

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Resumo

Um estudo liderado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, demonstrou que uma vacina oral de vírus vivo atenuado, a CVD 1902, proporcionou proteção significativa contra a infecção pela bactéria gram-negativa Salmonella Paratyphi A. em adultos saudáveis, utilizando um modelo controlado de infecção humana, sem quaisquer problemas de segurança.

A febre entérica, causada pela bactéria Salmonella Typhi (que causa a chamada febre tifoide, uma febre entérica em geral mais grave) e pela bactéria Salmonella Paratyphi (que causa a febre paratifoide), leva a mais de 100.000 mortes anualmente. Cerca de 30% dos casos – mais de 2 milhões por ano – são causados ​​pela Salmonella Paratyphi A, para a qual não existe atualmente nenhuma vacina disponível.

O estudo clínico de Fase IIb, randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, conduzido pelo Grupo de Vacinas do Departamento de Pediatria da Universidade de Oxford em seis centros no Reino Unido, recrutou 72 voluntários adultos saudáveis ​​com idades entre 18 e 55 anos.

Os participantes receberam duas doses orais da vacina CVD 1902 ou um placebo, com um intervalo de 14 dias entre as doses. Quatro semanas após a segunda dose, os participantes foram deliberadamente expostos à Salmonella Paratyphi A. sob condições cuidadosamente monitoradas para avaliar a proteção.

Dentro de 14 dias após a exposição, 21% dos participantes do grupo vacinado e 75% do grupo placebo foram diagnosticados com infecção, o que equivale a uma eficácia da vacina de 73%.

Não foram identificados eventos adversos graves relacionados à vacina, e os efeitos colaterais foram geralmente leves a moderados em ambos os grupos.

A Dra. Naina McCann, pesquisadora clínica do Grupo de Vacinas de Oxford e autora principal do estudo, destacou: “Esta é a primeira vez que uma vacina moderna demonstra proteger pessoas contra a Salmonella Paratyphi A, uma doença que afeta milhões de pessoas todos os anos. Ao utilizar um modelo de infecção humana controlada, conseguimos demonstrar a eficácia desta vacina com um número reduzido de participantes, acelerando significativamente o processo para a aprovação da vacina”.

“Estamos em constante luta contra infecções bacterianas, como a paratifo, que ameaçam a vida de crianças em algumas das regiões mais carentes do mundo. Este estudo oferece esperança de que essa importante doença possa ser controlada pela vacinação, caso os mesmos efeitos sejam obtidos em condições reais nessas comunidades”, disse o professor Sir Andrew Pollard, Diretor do Grupo de Vacinas de Oxford e coautor sênior do estudo.

O Dr. Xinxue Liu, professor de Estatística Médica e Epidemiologia, pesquisador do Grupo de Vacinas de Oxford e coautor sênior do estudo, declarou: “Embora as vacinas conjugadas contra a febre tifoide já tenham sido introduzidas em oito países, não existem atualmente vacinas licenciadas para a febre paratifoide. Nosso estudo representa um passo importante para o desenvolvimento de vacinas contra a paratifoide, como parte de esforços mais amplos para o controle da febre entérica. Oxford está agora conduzindo estudos adicionais avaliando duas novas vacinas conjugadas bivalentes contra tifo e paratifoide, com o objetivo de acelerar o progresso rumo à prevenção abrangente da febre entérica em nível global”.

O estudo teve a colaboração da Bharat Biotech International Ltd. e da Universidade de Maryland, nos EUA, onde a vacina foi originalmente desenvolvida. Os resultados foram publicados na revista científica The New England Journal of Medicine.

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Autores/Pesquisadores Citados

Pesquisadora clínica do Grupo de Vacinas da Universidade de Oxford
Diretor do Grupo de Vacinas da Universidade de Oxford
Professor de Estatística Médica e Epidemiologia e pesquisador do Grupo de Vacinas da Universidade de Oxford

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