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Gillian Rutherford, Universidade de Alberta
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Resumo
No Canadá, pesquisadores estão realizando estudo clínico para validar uma ferramenta de testes que usa inteligência artificial para verificar a afinidade entre microrganismos do microbioma intestinal e a qualidade da dieta.
Após a análise dos micróbios intestinais com base em exames de fezes dos participantes, os pesquisadores podem realinhar a dieta de acordo a microbiota: um algoritmo de inteligência artificial cria um perfil nutricional com recomendações sobre quais alimentos cortar e quais adicionar.
O estudo clínico tem mostrado bons resultados até agora e os pesquisadores esperam que o novo programa de dieta de precisão com base no microbioma possa estar clinicamente disponível em até três anos.
Uma equipe de pesquisa da Universidade de Alberta, no Canadá, está realizando estudos clínicos para validar uma ferramenta de teste para o microbioma intestinal que pode ajudar a definir a dieta mais adequada para restabelecer a saúde intestinal.
A ferramenta é destinada a pessoas que vivem com Doença Inflamatória Intestinal (DII), mas também está se mostrando útil para pessoas com outras doenças inflamatórias e até mesmo para pessoas com digestão normal.
“O objetivo é entender, com base nos micróbios que vivem no seu intestino, se existem tipos específicos de carboidratos que são melhores para a sua saúde. Existem certos tipos de carboidratos com os quais seus micróbios não conseguem realmente fazer nada, então você não receberá nenhum benefício ou poderá realmente sentir sintomas intestinais como inchaço, gases, dor ou desconforto”, explicou a Dra. Heather Armstrong, pesquisadora principal do estudo, professora de Gastroenterologia e de Pediatria na Universidade de Alberta e professora de Clínica Médica na Universidade de Manitoba.
Os culpados comuns nos casos de DII são os carboidratos não digeríveis — fibras e amidos que normalmente não são absorvidos diretamente no trato digestivo, mas são decompostos por micróbios por meio da fermentação.
Por exemplo, os betafrutanos são encontrados em alimentos como raiz de chicória, cebola, alho e banana. Se o exame intestinal mostrar que a microbiota não consegue lidar com esses carboidratos, a dieta recomendará que você diminua a ingestão deles até que seu microbioma esteja curado e prescreverá alternativas, como alimentos como frutas cítricas, ricas em fibras de pectina, ou batatas, aveia, feijão e lentilhas.
A pectina é rica em compostos fenólicos, substâncias químicas com propriedades anti-inflamatórias. E, quando você come laranjas e outras frutas cítricas, juntamente com alimentos de origem vegetal, é importante certificar-se de comer também a casca e a polpa, disse a professora.
Isso faz parte da dieta mediterrânea saudável e é frequentemente esquecido. “Você verá frutas cítricas inteiras sendo consumidas na Albânia, na Grécia e em outros países mediterrâneos. Eles pegam um limão inteiro, cortam as pontas, cortam tudo e colocam em uma salada, com vegetais mistos ou refogados”, disse a Dra. Heather Armstrong.
Depois de entendermos como é a sua microbiota intestinal e o que ela é capaz de fazer por você, podemos otimizar sua saúde usando a nutrição para fazer mudanças sutis e promover o desenvolvimento dos micróbios corretos, oferecendo os melhores resultados para a sua saúde
O regime de testes e dieta de precisão da professora Armstrong está passando por testes clínicos em sete locais no Canadá. Ela afirmou que o programa tem mostrado bons resultados até agora e espera que esteja clinicamente disponível em até três anos.
“É incrível do ponto de vista da DII. De fato, observamos taxas maiores de remissão apenas com a introdução dessas mudanças sutis na dieta. Estamos descobrindo que leva apenas algumas semanas ou um mês para realmente reconectar o microbioma”, relatou.
Os participantes do estudo enviam amostras de fezes, que são analisadas por meio da cultura dos micróbios intestinais com diferentes tipos de carboidratos. Um algoritmo de IA cria um perfil nutricional com recomendações sobre quais alimentos cortar e quais adicionar. O teste é repetido a cada três a seis meses para avaliar as mudanças e ajustar a dieta recomendada de acordo com a evolução.
A ferramenta de dieta de precisão da Dra. Heather Armstrong também está sendo testada em pessoas com doença hepática não alcoólica, esclerose múltipla e um grupo de bombeiros com digestão normal.
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Acesse a notícia original completa na página da Universidade de Alberta (em inglês).
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